Numa noite tranquila como o próprio local, por volta do ano de 1958 o nosso jovem personagem encontrava-se só na rua mal iluminada de onde ele morava. A neblina envolvia e se revolvia ao redor da lâmpada do poste de iluminação próximo a ele. As residências de seus vizinhos pareciam adormecidas juntamente com os seus moradores.
Protegido pela rua deserta daquela noite, discretamente enquanto o nosso personagem estava dando vazão a sua necessidade líquida, ele viu a aproximação de um homem que não era daquelas paragens, pois ele era de outra vila e era muito conhecido. Ele entrou por um beco que ficava entre os quintais daquelas casas que lá havia e desapareceu na escuridão da noite. Já não era segredo as suas furtivas visitas noturnas sempre na casa de alguém cujo marido se encontrava ausente.
Nos seus devaneios eróticos de jovem ainda não iniciado praticamente nos prazeres sensuais ou carnais da vida, o nosso personagem se apercebeu da mudança nas suas imaginações eróticas que lhe causavam excitações e que foram substituídas pelas lembranças daquela noite de quando foi testemunha de um relacionamento proibido que era ou devia ficar em segredo. A partir de então, sempre se imaginava nos braços daquela alma caridosa que praticava caridade para aquele senhor de outra vila.
Os adultos têm como preponderância em suas vidas a união sensual ou sexual entre um homem e uma mulher. Falavam sobre o assunto com tanta ênfase até como se fosse um mistério para os ainda não iniciados naquele prazer que era responsável pela multiplicação da espécie humana. Eles realçavam muito aquele fruto feminino que até parecia ser o fruto do paraíso. São incontáveis quantos homens “perderam suas cabeças” por causa de tal fruto (risos). Na simbologia do começo da humanidade, lá no paraíso não era permitido ao primeiro casal comer um fruto, aquele que a Eva deu para o Adão. Talvez tal fruto não tenha sido a maçã, mas, aquele outro que a Eva ocultou com uma folha de parreira.
Altino Olimpio