25/05/2006
A Psique Humana – Parte 3

Agora vamos substituir o termo subconsciente por “inconsciente”, que é mais utilizado na terminologia do Jung. De acordo com a sua psicologia, o inconsciente encontra-se abaixo dos estados objetivos e subjetivos da consciência. Jung chamou a atenção para o fato de que podemos conhecer graus do inconsciente, mas, existem regiões dele que jamais poderão ser conhecidas. Existem fases tão profundas do inconsciente que nos afetam, porém, jamais afloram ao nosso nível consciente ou desperto. Essas fases só afloram à consciência indiretamente e, são, talvez, como alguns pensam, experiências e lembranças de encarnações passadas, --- em outras palavras, são memórias da alma sobre uma vida anterior, embora esses conceitos não façam parte da filosofia de Jung.

Existem quatro funções da consciência pelas quais podemos adquirir conhecimento das coisas. São funções que podem ser cultivadas e contribuírem para a compreensão de nós mesmos como entidades humanas e a compreensão da evolução da nossa natureza psíquica. As quatro funções estão mencionadas na psicologia básica de Jung.

A primeira função da consciência é a “sensação” a no dizer que algo é. Pelo processo de nossas faculdades sensoriais que registram impressões em nossa consciência objetiva, a sensação nos revela que algo existe, é uma constatação. Sem a sensação seríamos entidades vivendo em literal escuridão. Não teríamos qualquer consciência de que existem coisas exteriores a nós.

A segunda função da consciência é o “pensamento” e ele nos diz o que certa coisa é. Em outras palavras, ele nos permite dar nome á determinada coisa. Sendo uma combinação de percepção e julgamento, o pensamento acrescenta um conceito à consciência.

A terceira função da consciência é o “sentimento” e ele é singular, distinto. Não podemos participar dos sentimentos de outra pessoa. A partir de suas ações e expressões, podemos saber se ela está sentindo-se feliz ou triste, mas, não podemos vivenciar os seus sentimentos em nossa consciência. O sentimento nos possibilita atribuir valor às coisas. Permite saber se certo estado de percepção é agradável ou desagradável. O sentimento nos faz julgar valores.

A quarta função da consciência é a “intuição”. Por ela podemos atrair à nossa existência e percepção, conhecimentos que não poderiam ser obtidos pela sensação, pensamento, sentimento ou qualquer combinação deles. A intuição é comparada a um sexto sentido além dos cinco que são: visão, audição, tato, paladar e olfato. Ela é o canal pelo qual chegam à nossa consciência as impressões provenientes do nosso interior. Se não fosse a intuição, o homem seria o autômato que alguns biólogos queriam nos fazer acreditar. Somente quando o homem desenvolve sua intuição é que ele está vivendo em sua plenitude. Antes disso não.

Continuamos na parte 4


Altino Olímpio

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