As pessoas que falam tudo de si mesmas, ainda mais quando
são óbvias e repetitivas, elas, perdem o interesse para outras
pessoas.
Quando conhecemos todos os assuntos de alguém, é cansativo ouví-lo.
Aquela palavra “consideração” é culpada por
termos que escutar o que não queremos.
Tem gente que pensa que amizade significa ter que ouvir o relatório sobre
tudo o que ocorre em sua vida. Sempre inoportuna, julga que suas insignificâncias
são significância para quem, “por educação”,
tortura-se em ouvir. Quando pessoalmente ouve-se o “relatório”,
o viver em sociedade impede nossa fisionomia contrair-se demonstrando nossa
repugnância pela idiossincrasia alheia. Nossos olhos é que imploram:
chega, não quero ouvir, não aguento mais, isso não me interessa,
não me encha o saco.
Quando por telefone e a gente não estando sendo vigiado, a outra pessoa
se visse nossa feição e o murmurar de nossos lábios, saberia
o quanto a consideramos agradável.
É quando a hipocrisia adora se manifestar: foi um prazer conversar contigo,
telefone sempre. E ao mesmo tempo “não me encha mais o saco”
é o que a gente pensa.
Se todos se dessem conta de suas insignificâncias, deixariam outros mais
sossegados com suas próprias insignificâncias, já lhes sendo
muitas as que possuem. Assim, o mundo poderia tornar-se mais agradável
sem tanta futilidade –o alimento desta época.