04/08/2015
A perfeição da imperfeição humana

O reler a argumentação sobre a reencarnação implica em contra-argumentar e isso pode criar desagrado. Como explicado, o objetivo principal da reencarnação é o morrer e renascer por muitas vezes até o atingir da perfeição. Como ainda ouço dizer que ninguém é perfeito, me pergunto o porquê de eu não ser. Nunca roubei, nunca matei, sempre votei nulo, a ninguém desejo mal, nunca desejei ser político e apesar de tudo isso e mais, ainda sou imperfeito? Agora magoei. Mas, qual e como seria a perfeição humana? Para muitos seria: Ser bom (de verdade), honesto (de verdade), trabalhador, sincero (de verdade), humilde (de verdade), inteligente, religioso (de verdade), evoluído (de verdade) saudável, amável e etc. Atualmente existem mais de sete bilhões de criaturas humanas neste mundo. Todas imperfeitas. Segundo tal teoria renascentista, somente serão perfeitas depois de muitas e muitas vezes morrerem e renascerem, isto é, reencarnarem até atingirem as perfeições de quando não mais necessitarão reencarnar. Nesta época existe alguém que, vindo de lá de milhares de anos passados tenha galgado a condição de estar perfeito através de suas encarnações e reencarnações? Ninguém comprovadamente é reconhecido como tal. Parece mesmo que o mundo está agonizante por suportar tantos imbecís, tantos desonestos, tantos alucinados e etc. Entretanto, lembrei-me agora de uma pessoa que se aproxima bem da perfeição. É um guru palpiteiro para presidentes. Esse não mais precisará reencarnar (graças a Deus). Para os atuais encarnados, daqui a quanto milhares de anos poderão se concluir como perfeitos?  Só Deus é quem sabe, aliás, Ele é o recurso para todos que não têm respostas. Contudo, uma pessoa inteligente não vai querer atingir a perfeição. Quando se atinge isso a pessoa se torna inútil para o mundo. Claro, ela não mais reencarna. Então, para o mundo ela não serve pra mais nada (risos) e nós não gostamos de gente perfeita. Isso até parece ser genético. Sei que este escrito pode causar desagrados e até o complicar das amizades e nada disso me tem importância. Aliás, parentes, amigos, conhecidos e desconhecidos, em seus modos de ser, no que acreditam, nas suas “verdades”, nas suas ilusões e superstições, todos são “farinha do mesmo saco".


Altino Olympio

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