O ser humano mais se imagina o que e como é pelas identificações com as exterioridades. Assim como se imagina também imagina outro através das exterioridades que lhes são representativas. O pensar em como alguém é surge conjuntamente com suas posses, profissão, família, enfim, com todas as representações que suas exterioridades o identificam. Ao surgir à imagem do outro no pensamento, ela vem acompanhada do como percebe sua personalidade e dos acréscimos físicos que complementam a sua existência. Ao perguntar para pessoas o que elas são, comum é ouvirmos dizer: eu sou católico, sou evangélico, sou espírita, sou messiânico, sou político e etc. Mas, tudo isso e mais, é o que é para existir além do homem pouco tendo a ver com o que ele mesmo é. Sem se representar no nisso ou no aquilo, mais coerente seria dizer: me entretenho nisso ou me entretenho naquilo.
O ser humano gosta de rótulos, contudo, ele é um perpétuo desconhecido para si mesmo. Quando alguém diz sou cristão isso é restritivo, então, precisa continuar a dizer: sou operário, sou industrial, sou pai, sou filho, sou deputado, sou desempregado, sou saudável, sou doente e muito mais coisas. Barbaridade! Quantas coisas se podem ser e, no entanto, esse estar sendo pode nada ter a ver com o que de fato se é. O que somos, de fato é mais fácil conferir diante de um apuro. Se safar, se defender, fugir ou lutar para manter a existência e nessa circunstância, somos somente o desespero de não querer perder a vida. As “coisas” exteriores representativas do que somos deixam de existir, incluindo o nosso nome. É quando nos damos conta sermos de fato apenas o existir e o restante são para o ser humano e não ele para o restante conforme confundido como sendo ele.