Que é tempo senão os dias que passam
Eles passam sendo apenas dias que passam
Passam por passarem sem intenções
Sem intenções de atingirem um fim
Por isso eles são dias sem fins
Não estão a querer me levar para algum lugar
Eles são indiferentes de como vivo neles
É como se eu e eles fossemos independentes
Eles são sim independentes mas eu não
Sou-lhes dependente do que possa me ocorrer
Em dias que possam me trazer decepções
E dedicar tempo pensando nelas
Sem ter como desfazê-las
Entretanto neste tempo em que eu vivo agora
Ele é bem diferente de meus tempos de outrora
De quando eu precisava das sensações para viver
Naqueles tantos tempos de outrora
Havia muito mais neles do que nestes de agora
Parecia que os dias demoravam para passar
Hoje parece que passam depressa demais
Assim como era o tempo nas horas dos dias
Parecia que dava tempo para se fazer de tudo
Agora nestes tempos muito ainda fica por fazer
O tempo que é imperceptível pelo seu passar
Parece que ele é um inimigo oculto
Que é perceptível pelas marcas deixada nos rostos
Ser finito no tempo que é infinito
É num dia ter que terminar e desaparecer
Enquanto o tempo continuará a acontecer
Desde que se nasce se tem a contagem do tempo
O tempo que é contado com as idades
Idade de criança de jovem de adulto e de velho
Cada um a seu tempo tem seus contratempos
O porvir que é o tempo que ainda está pra vir
Quando ele chegar muitos já deixaram de existir
O viver existi para o existir da morte
Quando os dias e os tempos findam para todos
Fazendo desaparecer quem fomos
Nos dias e nos tempos em que vivemos
Altino Olimpio