Somos ou não somos importantes?
Segui os rumos da vida sem saber como iriam ser até estes dias quando me encontro sem qualquer rumo (risos). Faz parte da idade avançada se sentir isolado do mundo e até de pessoas. E assim se vê mesmo, na verdadeira intimidade, aquela única que propicia o prazer de pensar, de refletir, e de considerar os prós e os contras vividos na vida. As lembranças quando ressurgem nos momentos solitários, elas são do passado de quando nossas vivências foram registradas na memória. As lembranças são como se fossem partes do enredo das nossas vidas ou partes de nossa história.
É na velhice que mais prepondera a importância de se saber que não somos importantes, sejamos nós quem formos. O fim se aproximando, inevitável como ele é, ele pode nos encontrar já desprovidos de discernimentos para entender mesmo a situação mental confusa em que podemos nos encontrar. Isso, não generalizando, é devido a termos dificuldade para acompanhar as mudanças que ocorrem no mundo e mesmo ao nosso redor, no país em que vivemos.
Por todos os cemitérios do mundo existem túmulos de pessoas que se sentiam famosas, importantes e que assim também eram consideradas por aqueles que souberam de suas contribuições úteis ou benéficas para a humanidade. A maioria das pessoas simples deste mundo também se julga importante para uma “entidade” que de lá do céu as observa. Entretanto, é na velhice ou na “idosidade” como querem que agora falemos (risos), já combalidos podemos perceber como ainda somos importantes para a indústria farmacêutica (risos). Aqui está um dos rumos que a vida pode nos levar. Mas, aquele último rumo temido só nos leva para sermos saudades.
Altino Olímpio