Setembro negro
No onze de setembro de dois mil e um, por ato terrorista foram destruídas as duas torres gêmeas dos Estados Unidos. Cento e quarenta e quatro anos atrás, em 1857, também num dia onze de setembro houve no Estado de Utah (EU) o massacre praticado pelos mórmons de cento e vinte pessoas, incluindo mulheres e crianças. Somente sobraram dezesseis crianças com menos de oito anos de idade, aquelas que logo iriam se esquecer do massacre e nada poderiam revelar sobre o fato tão demoníaco. As vítimas do fanatismo religioso eram migrantes de Arkansas e Missouri com destino à Califórnia. Romanceado, o filme “Setembro Negro” do ano dois mil e seis, como diz seu diretor, ele mais quis realçar as consequências do fanatismo religioso. A história sempre esteve a documentar que um líder carismático pode com muita força levar a maioria a aceitá-lo como um ser especial. Basta aqui citar o Hitler. O mundo sempre conviveu com líderes e liderados. Os segundos, cabeças ocas com espaços férteis para absorver lideranças sempre estão a existir para seguir os propósitos de outros e nunca os próprios. Aliás, os liderados são uma praga para qualquer nação, embora, para qualquer uma delas, eles são a solução (risos). Os liderados se sentem liberados para realçar as qualidades de seus líderes e defender críticas a eles. Fanáticos, é ausente neles o raciocínio para poder estabelecer o real ou irreal, a verdade ou a mentira das exteriorizações eloquentes de seus líderes. Basta eles pronunciarem a palavra “Deus” para serem considerados como sendo bons e autênticos quando, o contrário muitas vezes se fez realçar. Os liderados por idéias inalcançáveis estão cada vez mais sendo a idéia de líderes para alcançá-los nas suas irracionalidades. Isso também se percebe na política. Também os líderes são como ídolos santos. No festival Rock in Rio deste ano de dois mil e onze, ídolos e “idolotizados” foram mesmo conclusivos. A criatura mais inteligente da terra ou de todo o universo sabe que não se lidera e por isso precisa de líderes e ídolos. Os ignorantes, inclusive, vivem sem ter líderes e ídolos. Abandonados não têm a quem seguir. Como devem ser infelizes apenas sendo eles mesmos.
Altino Olympio