Naqueles tempos da liberdade de se viver sem as preocupações desta época, até parecia que a vida era uma magia, principalmente para as crianças. Falava-se que elas eram anjos de Deus. Aquelas meninas de trança com as suas bonecas, os meninos com os seus carrinhos de plástico e com os seus futebóis com bolas de meia ou de borracha pelas ruas, tudo significava a alegria de viver. Era a magia da alegria que existia antes do início da idade escolar. Início do fim da ingenuidade, da inocência e da inconsciência dando início para o aprendizado ou ensino preparado para elas pelos adultos para quando elas fossem adultas também.
Isso implica no que vai ser no crescer das crianças. O que ainda está para ser, o que ainda está para acontecer, a isso todos chamam de futuro. Classificaram a vida em três fases: Passado, presente e futuro. Passado, ele foi a fase donde desde criança tivemos aprendizados e experiências vividas sobre a vida se constituindo no que chamamos de nosso condicionamento. Presente, ele é a nossa consciência da atualidade, isto é, estarmos cientes do que nos ocorre no decorrer dos momentos de nossos estados despertos da consciência. Momentos da existência de quando vemos, ouvimos, conversamos, trabalhamos e etc. Entretanto, todos os nossos agoras (nossos presentes) logo se tornam passado para só serem lembranças.
Futuro: Para muitas pessoas, desde quando crianças elas pensaram que o que iria acontecer em suas vidas anos depois seriam os seus futuros. A palavra “futuro” é muito evasiva. Não distingue quando será demarcado o viver futuro de cada um. Se ele vai existir por algum tempo ou se ele será rápido como a chegada da morte (risos). Pois, antes da morte são os “presentes” conscientes que a precede. Se os presentes sempre existem até antes da morte, então, o futuro não existe ou então só existe como conceito. Têm escritores poéticos dizendo que o futuro não existe e que só existem “os agoras eternos”. Para eles os nossos agoras, agora são “sempres” (risos).
Será que eu já cheguei no meu futuro estando neste agora faltando poucos dias para completar oitenta anos de idade? Se eu não morrer logo, será que ainda terei um futuro, ou melhor, ainda terei muitos “agoras eternos” (presentes) para viver? Eu tenho “passado” muito bem nestes meus últimos presentes (agoras eternos) já precavido que a morte poderá ser o meu último futuro (risos).
Altino Olimpio