20/08/2015
Sócrates, alma, Imortalidade...

Li os livros dos Pré-Socráticos e admirei as reflexões daqueles filósofos de outrora. Nos Pós-Socráticos temos Platão e seus diálogos e o Fédon é um deles. O tema da obra “Fédon” é sobre a imortalidade da alma. Essa consideração do abstrato (aquilo que só existe no domínio das idéias) persiste até neste século. Sobre isso um escritor americano, Mark Twain (1835-1910) assim se exclamou: Uma das provas da imortalidade da alma é que miríades de pessoas crêem-no. São as mesmas pessoas que acreditaram que a terra era plana. Para Sócrates as almas ficavam no Hades. Local não localizado, igual ao céu dos cristãos para onde vão as almas, só quando então será localizado por elas. Gostei desta frase do Aristóteles: Tudo que constitui os seres encontram-se nos próprios seres e não o transcendem. Explicando... O que ultrapassa o limite da experiência, os limites da razão, tudo fica contido “apenas” na imaginação do ser que lhe dá crédito mesmo sendo incompatível com a realidade. Voltando ao Fédon e ao Sócrates, ele acreditava que na morte do corpo a alma continuaria existindo sem ele. Entretanto, hoje há quem considera a alma como ela sendo a consciência privando-a assim de sua condição espiritual. Se assim é não há imortalidade. A constituição humana com o cérebro, sistema nervoso e tudo o mais é para a existência e manifestação da consciência aqui neste plano terreno. Não existe consciência sem um corpo material para poder expressá-la. A consciência parece mesmo ser independente do corpo, isto é, estando nele, “sendo dele, mas não sendo ele”, a consciência é entendida (confundida como dizem outros) como sendo a alma. Ela, mundialmente aceita para existir nas probabilidades das religiões e sendo a razão para elas existirem, ela, a alma é considerada invisível por dentro do corpo visível tendo a aparência ou “fisionomia espiritual” igual à fisionomia dele, do corpo. Isso é importante no plano espiritual para qualquer alma poder ser reconhecida mesmo sendo invisível (risos). Só não sei como sendo invisível na invisibilidade a alma tem sua autopercepção. Não sei se tudo de imaginário que existe nas cabeças das criaturas humanas que vivem aqui neste planetinha tenha alguma importância, alguma influência, alguma somatória para a imensidão, para o universo infinito. “Parece que aconteceu ontem” o diálogo de Fédon do livro de Platão do mesmo nome sobre a imortalidade da alma, mas, não, aconteceu no ano 399 a.C. em Atenas, na prisão onde o Sócrates estava aguardando sua execução, conforme fora condenado a se envenenar com cicuta. Até nestes dias a alma é predominante como tendo sua existência eterna. Nem a ciência, nem a tecnologia atual conseguiram provar o contrário para o povo.


Altino Olympio

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