As realidades passam apenas de “raspão” sobre nossas cabeças e na verdade nenhum ser humano vive na plenitude ou inteireza “das percepções” das realidades que compõem o mundo mesmo ao nosso redor. Conforme dito pelos cientistas protagonistas do filme “Quem somos nós?”, sendo um documentário científico: “O cérebro humano processa 400 bilhões de bits de informação por segundo, mas, só tomamos conhecimento (só nos conscientizamos) de 2000 bits. E esses 2000 bits são sobre o que está ao nosso redor, nosso corpo e o tempo. Vivemos em um mundo onde só enxergamos a ponta de um imenso iceberg de mecânica quântica. Isso significa que a realidade está acontecendo em nosso cérebro a todo o momento, mas nós não a integramos”.
Quem se utiliza de computador já está familiarizado com essa medida denominada de byte que é múltiplo de bit, e Kb, Mb, Gb e etc. que são múltiplos de byte. Muitas vezes ouvi dizer que nós só utilizamos dez por cento do cérebro. Se a capacidade dele for só até mais ou menos de dez por cento (como dizem) de sua utilização, isso é devido à forma com que nós, seres humanos somos constituídos. Pode ser que esses mais ou menos dez por cento de alcance de nosso cérebro já seja o suficiente para o que necessitamos conscientizar para o nosso viver.
Muito do que existe à parte de nós “não nos é conhecido” pelos nossos sentidos objetivos: Visão, audição, tato, paladar e olfato. Eles são intermediários entre o nosso cérebro e as nossas percepções exteriores. E, é no cérebro que são realizadas as identificações do que percebemos. Também, “não nos é percebido” o que interiormente são partes de nós, como, a circulação do sangue, o metabolismo ou digestão e etc. Até dizem que o homem é o eterno desconhecido de si mesmo. E também, nunca sabemos quais serão os pensamentos que nos surgirão durante o dia. Mais são eles aleatórios do que controlados pelo nosso querer.
Sabe-se que à parte de nosso estado consciente, “outras coisas existem” que ultrapassam o nosso poder de percebê-las. A eletricidade, por exemplo, ninguém a percebe ou a vê correndo através de fios. Entretanto, como existem outras coisas além das que nos são perceptíveis, isso reforça a crença de existir também outro plano de existência além da física ou metafísica. Admitir fatos quando não há realidade correspondente, isso talvez corresponda ao que o Voltaire escreveu: O estudo da metafísica consiste em procurar num quarto escuro um gato preto que não está lá (risos).
Altino Olimpio