Quem não é familiarizado com este assunto se
perde nele. Mas, continuando, utilizar-se apenas da consciência exterior
enfraquece a lembrança de apelar para a consciência interior quando
a exterior esgotou seus recursos para alguma solução. O viver
apenas confiando na consciência exterior é um viver materialista.
Podemos dizer que temos duas consciências, uma material e outra espiritual,
entretanto, fazem parte de uma única consciência com dupla atuação.
Quando atuante nas áreas desenvolvidas pelo cérebro para o nosso
viver objetivo, consciente, ela é chamada de consciência exterior,
“material”. Como sempre é atuante no nosso estado desperto
e no estado adormecido, imperceptivelmente cuidando da saúde e da harmonia
entre as funções do corpo e sem nossa interferência consciente,
ela é chamada de consciência interior, “espiritual”.
A consciência pura, a toda abrangente que se divide em
diferentes atuações ou manifestações, ela é
um mistério para o ser humano. Ainda, ninguém foi capaz de descobrir
a sua localização, se é que tem uma específica.
Estaria localizada em alguma área do cérebro onde seria mais provável
se situar? Ninguém descobriu! Seria uma transcendental consciência
cósmica integral interagindo pelos nossos órgãos sensíveis,
preparados como “canais” de recepção e intercâmbio
para e com ela? Nós criamos perguntas que ainda não têm
respostas. A busca pelas respostas é o “combustível”
que ocasiona e acelera a evolução humana.
Em contraposição aos cientistas preocupados em
encontrar o foco ou a sede da “consciência primordial”, existe
uma outra versão diferente da deles que contradiz a hipótese dela
se localizar em algum lugar específico. Sabe-se que todas as células
do corpo humano têm inteligência ou consciência própria
restrita ao que se destinam a ser. Uma célula a se constituir em unha,
por exemplo, só se constituirá em unha e nunca em outra coisa.
O mesmo acontece com todas as nossas células de diferentes funções,
quando em conjunto se designam a formar e manter um mesmo órgão
e nunca outro, cuja formação e manutenção depende
do conjunto de outras células especiais para ele. Sob a visão
de um potente microscópio que muito amplie a imagem de uma célula,
podemos perceber no interior dela um pulsar constante. O mútuo pulsar
ou vibrar unificado dos trilhões de células que possuímos
no corpo constitui o “corpo psíquico” ou, agora aqui, traduzido
como nossa “consciência”.
Nesta versão, com o corpo psíquico entendido
como sendo toda a consciência, ela não é identificada como
existente em algum local ou em algum órgão exclusivo que seja
sua sede ou o centro de onde atua. São três versões de um
mesmo tema, que, continuam se debatendo, cada uma tendo os seus argumentos,
mas, nenhuma ainda conseguiu publicamente provar ser a real. Uma das versões
considera a consciência como tendo um local donde parte suas atuações.
Outra, não acreditando numa localização da consciência,
entende-a como sendo o todo do corpo psíquico. A versão transcendental
da consciência considera-a como sendo universal e atuante em nosso organismo,
portanto, não sendo pertencente a nós. Nós temos consciência
que cada leitor saberá preferir a versão correta. Sei não!