27/03/2023
A vida é uma incógnita

O famoso filósofo alemão Arthur Schopenhauer tem uma reflexão sobre o mundo considerando-o como sendo uma prisão. Podemos ir além considerando a vida como sendo uma brincadeira (uma pegadinha) da natureza (risos). Tem gente que diz e também tem música que canta que a vida é cor de rosa. Será mesmo diante de tantos problemas, preocupações, medos, tristezas, decepções, doenças e etc. que qualquer pessoa possa passar ou sofrer pela vida? Quando uma pessoa como criança nasce e quando adquire a autoconsciência, ela pode pensar “como vim parar aqui neste mundo sem eu ter querido, quem me fez nascer sem eu querer”?

 

A vida é como se fosse um labirinto sem poder sair dele. Depois que se nasce se é obrigado a enfrentar a vida se ela não estiver boa, sem poder evadir-se dela. Só se pode se livrar da vida cometendo suicídio, mas, existe a ameaça da religião, que, não há salvação e nem vai para o céu quem se suicida. Mas, neste mundo de imaginários existe alguém que tenha condição de afirmar que isso é verdade? Se não se pode ou não se deve tirar a própria vida, então, não é ela também uma prisão? (risos).

A vida pode mesmo ser boa na inconsciência da juventude quando os jovens, sem saberem, mais são controlados por seus hormônios e também quando ficam sujeitos a viverem de ilusões. Nos mais velhos, com o “enfraquecimento” dos seus hormônios eles também têm suas vidas boas, isto é, sem agitações (risos). Eles até dizem que não precisam de mais nada pra viver, que não mais vivem de ilusões, que o mundo ficou sem graça e que são felizes distantes da confusão em que vive a humanidade. A mesma em que se envolveram no passado de quando eram sem saber, dirigidos pela atuação dos seus hormônios. Estes e a hereditariedade são a combinação que determina o que cada pessoa é e até como age neste mundo de surpresas agradáveis ou desagradáveis.

A vida parece ser uma brincadeira (uma pegadinha) que a natureza faz contra nós. Só podemos ser e ter enquanto aqui vivemos. Quando ainda pensamos que somos e que temos, a morte vem e nos aniquila destruindo o que somos e o que temos (risos). Mas, antes de sermos aniquilados podemos ver a nossa decadência física. Nós que nos vimos jovens e belos vemos, pela passagem do tempo, a nossa deterioração. Ficamos velhos, fracos e feios e sem qualquer atrativo (risos). Muitos gostam de “tapar o sol com uma peneira” vivendo por viver e vivendo sem pensar que a vida pode não ser tão boa como gostariam. Eles apenas se ajustam com as circunstâncias de um viver tido como inevitável.

Muitos acreditam no que muitos já não acreditam, que, o viver tem algo a ver com um viver depois deste viver. Isso do viver depois do viver daqui é o que implica numa continuidade de existir. Isso conforta e dá esperança por uma vida espiritual melhor se suas vidas incorporadas daqui não tenham sido boas, embora, tudo isso possa ser apenas suposições ou imaginação religiosa. Aqui neste mundo os seres humanos vivem com as tantas incertezas que colocaram em suas cabeças.

Suas certezas são apenas aquelas em que suas consciências possam abarcar ou alcançar para as suas comprovações e compreensões. Sem estas, o que possa existir além do alcance de suas consciências não lhes existe a não ser por dedução ou pelos instrumentos que a ciência se utiliza para constatar a existência de energias que fazem parte do nosso universo, como a dança dos átomos.

E assim de emoções, de alegrias e de tristezas vivem os seres humanos neste mundo, ignorantes do que lhes possa ocorrer ou acontecer no futuro e até mesmo ignorantes do que esteja prestes a lhes ocorrer no presente. Eles nascem como se fosse para depois serem esquecidos como se nunca tivessem existido. Parece que a natureza brinca com a inaptidão dos seres humanos para prever quando cessarão de viver. Conformados eles acreditam que isso só Deus pode saber. Entretanto, este mundo até é divertido com tantas conclusões que são inconclusivas (risos) sobre como a vida estará a ser depois dela aqui ser encarnada e desencarnada.

Altino Olimpio



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