Eu pensava que os donos da verdade não existissem mais. Enganei-me. Eles ainda existem. São aqueles que promulgam mentirinhas que se tornam verdadezinhas para o povo. Os donos da verdade de hoje são aqueles que explicam para os outros os que eles não comprovam e mesmo assim não se complicam (risos).
Quando o cérebro deixa de interagir com a realidade, ele fica sujeito a recepcionar abstrações dos especialistas em difundir quimeras pelo cotidiano. As dúvidas existem para que as mentiras não se passem por verdades. Só pode ser ingênuo aquele que sempre tem certeza do que pode ser duvidoso. As ocupações do cotidiano distraem a todos da curiosidade de querer saber qual seria a utilidade, a finalidade ou o sentido da vida. Parece que a maioria nem quer saber porque lhes basta viver. Aqueles que querem saber se entregam às explicações escritas ou orais daqueles que demonstram saber. E estes, para explicar sempre se utilizam das “verdades” já prontas e estabelecidas, com as quais, nunca se interagiram com elas.
Contudo, pode ser que a finalidade ou o sentido da vida se desfaça sem solução no cemitério (risos). Para esse tema tão curioso, só mesmo quem sabe quando termina a eternidade ou qual é à distância da terra até o fim do infinito é quem poderia explicar (risos). Este mundo que gira sobre o seu próprio eixo e se translada ao redor do sol e tem uma lua para exercer a imaginação nos lunáticos, ele abriga a vida e com certeza é só isso que sabemos até agora. Todo o resto são apenas construções mentais para agradar ou confundir o intelecto (risos). Não há consenso sobre o propósito, sobre o sentido da vida, então, se deduz que ainda ninguém sabe mesmo que se tente saber pelo além da física, local “invisitável” enquanto se vive.
Altino Olimpio