Povo despovoado
Pois é! A existência dos seres humanos na terra é muito complicada. É só confusão pra cá, confusão pra lá. Na Síria, por dia neste ano de 2012 morrem muitos seres humanos assassinados. Em qualquer outra parte do mundo outros estão nos seus entretenimentos diários. Enquanto muitos morrem outros estão felizes se distraindo bebendo cerveja, discutindo sobre futebol e com muita descontração assistindo essa coisinha de Olimpíadas, quando, os seres mais evoluídos do mundo “em querer aparecer” estão competindo para ganhar medalhas. As religiões sempre nos disseram que nós somos todos irmãos. Que nada! Dividiram o mundo com fronteiras e cada povo dentro da sua pode ser vítima de crueldades de seus líderes e os povos de outras fronteiras na importância de suas trivialidades nem pensam em interferir. Mas, o povo é povo porque ele não toma parte das decisões nacionais e muito menos de intervenções em outros países para tentar proteger seus habitantes vitimados por tragédias. Ele, o povo, sempre está sujeito aos desmandos de seus líderes políticos ou ditatoriais. Hoje, mortes, guerras e assassinatos, apenas, são programas de distração para as massas. O povo a tudo assiste, vê os horrores e depois o “conosco está tudo bem” o faz com que logo se esqueça e continue com a sua vida ausente desses problemas que afetam outros que lhes são desconhecidos. Se de fato todos nós fôssemos irmãos, todos os povos de todos os países iriam protestar contra as aflições que o povo de outro país estivesse sofrendo. Mas, não, o povo é o povo. Ele fica naquele “não temos nada a ver com isso”. Aliás, nem para as atrocidades internas ele reage. Vez ou outra tem uma passeatinha contra a violência e depois ela é esquecida e fica sem continuidade. Na verdade é muito mais atrativa uma passeata gay quando os líderes políticos também se reúnem e gostam de serem vistos nos palanques nessa homenagem póstuma à moral que já morreu. O povo em qualquer lugar do mundo ele é povo. Ele é como as árvores, que, inclinam de um lado de acordo com a direção do vento. O sistema vigente é como uma ventania que mantém todos inclinados conforme ele quer e por isso, todos, além de se preocuparam só consigo mesmos, suas preocupações mais são para se igualarem ao domínio com o qual são dominados.
Altino Olympio