Proibido para menores
---Boa tarde! Já vi que o senhor tem muitas revistas para vender aqui nesta banca. Quero por favor, uma daquelas revistas proibida para menores e dezoito anos
---O que? Isso não tem mais e eu nem me lembrava disso. Também pudera, hoje em dia qualquer criança de cinco ou seis anos de idade acessa a internet e até pode assistir vídeos de sexo explícito e até sexo com animais.
---Nossa, que horror. Mas, e a polícia não faz nada?
---O senhor está brincando, né? Saiba que eu vi por estes dias moças muito bonitas sentadas com as pernas abertas e sem calcinha e mostrando aquilo por onde se aumenta a humanidade. Uma delas, com uma das mãos até abriu a entrada daquele túnel tornando-o bem visível. Vi no Youtube.
---Eu também vi mas fiquei com vergonha de te falar daquilo que tem um nome que começa com bu. Antigamente quando eu ainda era jovem, lá onde eu morava era muito difícil ver o que tinha acima dos joelhos das moças. Sou daqueles tempos que as mulheres usavam calcinhas de saco de farinha de trigo feitas em casa e que só eram vistas penduradas no varal.
Antigamente o jogo de snooker ou sinuca era proibido para menores. Também, existiam filmes que eram proibidos para menores de dezoito anos assistirem nos cinemas e não sei se essas proibições ainda existem.
---Se existem? Nem cinemas existem mais a não ser nos shoppings. Nestes tempos ultramodernos tudo está liberado e parece que até o pecado deixou de existir. Quase mais ninguém fala sobre isso.
---É mesmo? Me lembro das pessoas que iam às igrejas para confessarem seus pecados. Será que a vontade de confessar ainda é a mesma para algumas pessoas? Bem, já estou indo e... ...já que não tens revistas impróprias quero então um jornal.
---Não tenho jornal. Antigamente vinham muitos para vender e eu vendia todos. Mas, agora quando vem é só dois ou três e às vezes nem os vendo.
---Caramba! Como vi aqui, jornal (aos montes) agora só serve para forrar gaiola de pássaros? Coitada da mídia deste país, está muito desacreditada. Parece que grande parte dela não é mais imparcial.
Altino Olímpio