No passado não tão distante o mundo e o viver, como era óbvio, eram bem diferentes. O mundo era para o povo viver nele e o viver nele era mais livre das complicações que existem hoje em dia. Sou de um lugar, um pequeno mundo dentro do grande mundo. Um lugarzinho donde todas as pessoas se conheciam parecendo como se fossem de uma grande família. O viver era próprio do lugar sem quase nada a ver ou a ter com o que se passava no mundo grande. Muitos de lá nem sabiam quem era o presidente do país, quem era o governador do Estado a quem pertenciam e muito menos sabiam quem eram os políticos brasileiros daquela época de tranquilidade. Tal mundinho agradável de se viver era Caieiras antes de sua emancipação. Depois disso a política passou a ser “percebida” e até comentada.
Naquele lugar onde o assunto sobre política era quase inexistente, não me lembro se em algum dia alguém falou comigo sobre política. Poucas pessoas de lá eram assinantes de jornais e sei que era motivo de orgulho ser assinante do Jornal O Estado de São Paulo, mais conhecido como Estadão. Tais leitores de jornais talvez fossem os únicos a ter alguma notícia sobre a política estadual e nacional. Contudo, naquele lugar tranquilo política nunca era assunto que interessava aos seus moradores. Mais eles viviam interessados em si próprios e com as particularidades do lugar de donde viviam. Antigamente parecia que se vivia num mundo quase parado e quase não havia mudanças. Quando haviam eram fáceis de acompanha-las.
Nesta época temos que nos adaptar a novas situações todos os dias porque o mundo está sempre mudando. A tecnologia que tanto tem se modernizado foi a principal responsável pelas tantas mudanças que ocorreram no mundo. Devido a tecnologia utilizada agora pelos meios de comunicação das massas, as tantas notícias ou informações diárias, como um bombardeio elas chegam até a estontear quem é receptivo à elas. Elas “viajam” pela mídia tradicional, pelo rádio, pela televisão e agora mais pela internet, pelas suas redes sociais. Quantas pessoas já se tornaram neuróticas por viverem de intermeio com tantas informações, aquelas inúteis e aquelas que aborrecem e afetam seus equilíbrios emocionais?
Como se imagina, não há mais o retroceder para aquela vida de outrora de quando a vida avançava tão devagar e era mais silenciosa. As mentes das pessoas não eram tão abarrotadas com fatos às vezes inverídicos e mesmo alarmantes como são hoje, e por isso, antigamente melhor se conseguia manter a sanidade mental. Nestes dias tão tumultuados com notícias incorretas, tendenciosas e mesmo caluniosas, necessário se faz se utilizar do discernimento (quem ainda o tem) para melhor escolher o que se deve ler, ouvir ou assistir o que é proveniente da mídia. Refletir sempre sobre o que se deve acreditar ou não. Antigamente se acreditava no que se lia em jornais impressos e nos fatos divulgados pela televisão. Agora não! “Deus nos livre” da esculhambação dessa mídia contra a população brasileira.
Altino Olimpio