Diferente da mente interior que é independente de
nossa volição e por si mesmo se realiza nas funções
autônomas e anônimas da nossa existência, a mente exterior
(nosso eu consciente) necessita da nossa volição para se desenvolver
até a maturidade quando se constitui na nossa consciência objetiva,
cerebral, com poder limitado, porém, adequado para a sobrevivência
com as exigências do mundo material. Podemos classificar como mente espiritual
a mente interior e como mente material a mente exterior. Uma é tida como
divina e a outra é tida como mundana.
A mente exterior que doravante vamos distinguí-la como
“consciência exterior”, ela mais está sujeita pela
predominância do mundo material. O ser humano vive escravizado sob um
encantamento hipnótico proveniente da atração preponderante
exercida por este mundo fenomenal. Sendo tão mais solicitada para atender
as necessidades ou prazeres do mundo objetivo, material, entre a multiplicidade
de sensações oriundas da disponibilidade dele, a consciência
exterior sempre mais atuante por ser mais requisitada, ganha mais importância,
provocando-nos uma percepção “concreta” dela entre
as circunstâncias diárias do nosso existir material.
Habituada a ser a preferência nas exigências do
nosso dia-a-dia, para a compreensão das percepções resultantes
dos nossos sentidos de recepção, eles sendo a visão, audição,
tato, paladar e olfato, a consciência exterior se destaca a assenhorear-se
como sendo exclusiva para submeter qualquer fato ou circunstância para
a sua apreciação e julgamento. Muito habituada nisso, a consciência
exterior torna-se uma “autoridade” para avaliar as realidades da
vida, considerando existentes só aquelas para a sua faculdade de constatar
como reais, posicionando-se no desdém pela consciência interior,
subconsciente, tendo ela uma faculdade diferente para lidar e interagir com
as realidades, entretanto, esquecida e desusada, ela pouco interfere com a atuação
da consciência exterior que vive na prioridade de ser toda conclusiva.
Cerebral, a consciência exterior é um todo acumulado
de nossas experiências vividas, instrução, profissão,
história, leitura, religião e etc. Ela é o nosso condicionamento
adquirido desde a infância. É com o nosso condicionamento que avaliamos
e compreendemos ou não, as informações que nos chegam.
Toda nova informação ao chegar, automaticamente e antes de nossa
percepção, ela desperta e retira do registro da nossa memória,
outra ou outras informações que lhe tenham alguma relação.
É no confronto e associação entre as novas informações
que chegam com as já existentes na memória, que, o nosso “mecanismo”
de compreensão começa a funcionar e entender as novas informações.
Quando não temos nenhuma informação na memória para
poder ter alguma relação e associação com uma informação
nova, não podemos entendê-la de imediato. Primeiro precisamos aprender
ou conhecer a novidade que ela é para nós, isto é, conceituá-la.
Conceituando-a, a nova informação passa a existir onde ainda não
existia, no arquivo da memória para futura associação com
outra nova informação que tenha alguma relação com
ela.