Antigamente se dizia que a vida já era uma escola
No meu primeiro dia de aula do curso primário, isso no ano 1948, eu e o amiguinho Zé Polato, enquanto estávamos instalados na “carteira escolar” ouvindo a professora comentar como seria a aula daquele dia, o Zé começou a se contorcer e a me falar: Artiiiino eu quero mijá. Pede para a professora deixar eu ir. Me levantei e interrompendo a aula falei: Professora Dona Maria Inez o Zé Polato quer mijá. Meniiiino, respondeu a professora, não se fala mijá, se fala u r i n a r e o seu amiguinho pode ir. Daí me inclinei para mais perto do Zé e falei: Vai Zé, vai u r i n a r, aproveita e dê aquela p. mijada, viu?
Desde quando ocorreu esse fato engraçado que gravei na memória, até estes dias, transcorreram muitos anos, cerca de setenta e seis (76 anos). Naqueles tempos de criança de viver descontraído, eu não pensava ou imaginava para onde a vida iria me levar. Hoje eu sei que ela não me levou a nada, a lugar nenhum (risos). Entretanto, foram os anos de reflexões que me tornaram imune a essas “mentiras lucrativas” com as quais aprisionam pessoas irrefletidas. Preenchem-nas com ideias que só são ideias para existirem em suas mentes, mas, que são impraticáveis para existirem fora delas neste mundo em que vivem. Desde os tempos daquelas “mijadas” de outrora até as “urinadas” de agora, o mundo teve a sua população aumentada, mas, muito mais sugestionável do que foi antes quando não havia tantas tendências ocultas e maléficas nas comunicações.
Altino Olímpio