Li num texto que me enviaram e escrito por Mario Sabino o seguinte: Há uma passagem na biografia de Winston Churchill escrita por Lord Roy Jenkins que não me sai da cabeça. Ao visitar um distrito pobre, o ainda jovem Churchill perguntou a um assessor: “Você imagina o que é passar uma vida inteira sem ter uma conversa inteligente?” Ele esteve falando da falta de oportunidade de desenvolvimento intelectual dos habitantes daquele lugar que lhe parecia especialmente precário. Winston Churchill (30/11/1874 – 24/01/1965) foi um político conservador, principalmente famoso por sua atuação como primeiro-ministro do Reino Unido durante a Segunda Guerra Mundial.
Aquela pergunta que o Churchill fez a um assessor me fez pensar se alguma vez fui premiado ao ter alguma conversa inteligente com alguém do meu relacionamento. Ao pensar sobre isso, vários rostos de parentes, amigos, conhecidos e algumas mulheres, numa sequência, surgiram na minha lembrança e... Penso ser melhor mudar de assunto porque... (risos) Mas, o que seria uma conversa inteligente? Seria de duas ou mais pessoas discutindo sobre fatos de suas profissões? Seria de pessoas se emocionando e até se exaltando ao falarem de futebol? Seria uma conversa inteligente ao se falar sobre a podridão que afeta muitos políticos? Seria a seriedade de pessoas repetindo sempre as mesmas coisas relacionadas à religião? Seria uma conversa inteligente aquela de interesse mútuo entre representantes de países? Afinal, o que seria mesmo uma conversa inteligente?
Sabe-se do existir de conversas, digamos interessantes, estando elas além das compreensões daqueles “inteligentes”, mas, inteligentes só no âmbito de suas profissões e de seus relacionamentos afins. São os de “pé no chão”. São os “cotidianistas” a sempre conviverem com suas obrigações, seus hábitos e costumes que não se diferem da maioria que é indiferente e desinteressada pelo que esteja fora da esfera de suas atividades materiais diárias. Entre esses existem aqueles pobres convictos de suas “superioridades” para criticarem quem opta por desenvolver suas aptidões latentes. Nesse desenvolver muito tem ele de útil, mental e intelectual, mas, infelizmente ou felizmente, os “convictos” acima citados nunca irão saber. Nem é preciso, eles são autossuficientes (risos). Nunca saberão de muitos dos conceitos certos e apreciados pela filosofia, pela psicologia e pelas organizações afins com práticas de ensino sobre algumas das possibilidades humanas, as inimagináveis pela maioria “sustentada” pela arrogância de não querer saber e nem de entender. Ah, esqueci! O assunto aqui era para ser sobre “conversa inteligente”. Mas, essa conversa só é possível entre inteligentes. Não sei se estou à altura para isso.
Altino Olympio