É comum alguém dizer ou pensar para si mesmo,
“isto escrito por mim não pode ter sido meu”.
Essa humildade é existente em quem se livrou em parte de seu egoísmo.
É de alguém desperto para o pressentimento de existir influências
outras além das suas a lhe ditarem seus escritos. Alguns, em suas simplicidades,
acreditam mesmo enquanto estão escrevendo, serem visitados por espíritos
quando eles “assopram” seus assuntos para escrevê-los.
Como sempre, teoria abstrata é difundida, qualquer um está sujeito
a incluir uma em seu viver, quando falta uma explicação concreta
para o “algo oculto pressentido” por trás de sua idéia
sobre o que escrever. Aí, vemos pessoas tidas como altamente intelectuais
se comportando como ingênuas e arrastando outras ingenuamente iguais para
seus “abstratos explicáveis”.
Como distraída, uma parcela da humanidade vive sem a preocupação
de explicação sobre as causas que determinam seu comportamento,
envolvimento e suas ações.
Menor, a outra parcela tem a preocupação de tentar entender o
porque das influências e como elas surgem para provocar suas ações
na prática da vida.
Dos estudos de um autor muito conceituado, tivemos algumas
interpretações para se somarem com aquelas daqueles que “sentem
seus lados ocultos” a lhes sugerir idéias para escrever.
Todo ser humano tem dentro de si o seu inconsciente pessoal e o inconsciente
coletivo.
Inconsciente pessoal: ele mantém registradas todas as experiências
vividas por uma pessoa.
Inconsciente coletivo: ele mantém arquivadas todas as experiências
vividas pela humanidade, todo seu conhecimento, invenções, inovações,
antecipações e etc.
Quando alguém fica pensando em escrever sobre fatos vividos ou presenciados,
sua concentração é a “chave” para abrir o arquivo
dos fatos que quer existentes em seu inconsciente pessoal. Ao escrever sobre
seus fatos, é raro alguém ter pressentimentos sobre “sussurros
ao seu ouvido” orientando-lhe. Claro! Participou dos fatos e não
precisa de um “auxiliar oculto” para poder descrevê-los.
A “voz inaudível do além” é mais pressentida
quando um tema a ser descrito não é da experiência ou especialidade
de quem escreve. E a surpresa ao terminar de discorrer sobre o tema com coerência
e um insuspeitado saber dele por quem o escreveu, isto, pode criar a dúvida:
“Eu sozinho escrevi ou uma voz interior me orientou?”.
A veemência de querer saber, interesse profundo, concentração
constante sobre um tema, são o “abrir das portas” do inconsciente
coletivo. Ele “joga” para a mente objetiva o que o forte desejo
provocou, no caso, intuições sobre o tema em questão. Receber
intuições sobre um tema parece mesmo serem elas de procedência
sobrenatural. Daí o pensar “foi uma entidade espiritual que me
inspirou”.
Também a meditação é um recurso para transpor a
fronteira do consciente para o inconsciente, mas, isto já é outro
assunto.
Se aqui escrevemos incoerências sobre a questão da “voz que
nos guia” podemos transferir a culpa para o C. G. Jung, porque, extraímos
dos ensinamentos dele estas nossas idéias sobre o assunto. Também,
pedimos desculpas se cometemos distorções de seus estudos ao transferi-los
como suporte para nossas teorias sobre a região mental ainda não
entendida por nós.