As estatinas, medicamentos usados para reduzir o nível de colesterol, podem também desacelerar a progressão do mal de Alzheimer. A conclusão é de pesquisadores americanos que examinaram os cérebros de 110 idosos após a morte deles. Eles descobriram que os cerébros dos pacientes que não haviam tomado estatinas tinham mais chance de desenvolver sinais da doença.
Estudos anteriores já sugeriram que as estatinas têm efeito protetor contra o mal de Alzheimer, mas ainda há dúvidas entre os cientistas.
O risco de contrair a doença aumenta com a idade. Perto dos 85 anos, metade das pessoas já desenvolveu a enfermidade. As estatinas são medicamentos aos quais se atribui o efeito de prevenir ataques cardíacos e derrames porque reduzem o nível de colesterol ruim (o LDL) no sangue. Elas têm poucos efeitos colaterais, podem ser receitadas por longos períodos e demonstraram resultados promissores contra doenças como artrite reumatóide e esclerose múltipla.
Ao dissecar os cérebros, a equipe descobriu que esses indivíduos tinham menos probabilidade de ter anormalidades conhecidas como emaranhados neurofibrilares, indicadores da progressão da doença. “Pelo que sabemos, é o primeiro estudo que demonstra existir relação entre a exposição à estatina e as alterações neuropatológicas associadas ao mal de Alzheimer”, escreveu Gail Li, da Universidade de Washington, na revista Neurology publicada ontem.
“Esses resultados são empolgantes e têm importantes implicações para as estratégias de prevenção”, disse o co – autor do estudo, Eric Larson, diretor- executivo do Centro para Estudos da Saúde. Ele lembrou, porém, que ainda é preciso obter novas confirmações.