Como identificar e tratar a Doença de Haff
A doença é Haff é uma doença rara que causa intensa dor nos músculos, que surge de forma repentina, além de urina preta 24 horas depois do consumo de peixe de água doce contaminado. Acredita-se que o peixe deve estar contaminado com alguma toxina biológica mas desde o aparecimento dessa doença na década de 20, até hoje esta toxina ainda não foi identificada.
Na maior parte das vezes a doença não é tão grave que possa levar a morte, e a maioria dos pacientes afetados melhoram tendo rápida recuperação, mas por vezes, quando o tratamento não é realizado a doença pode se agravar e levar à condições mais graves como a falência múltipla dos órgãos.
Sintomas da Doença de Haff
Os sintomas da doença de Haff surgem entre 2 e 24 horas após o consumo de peixe ou crustáceos bem cozidos, mas contaminados e podem ser:
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Dor e rigidez nos músculos, que é muito forte e surge de repente;
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Urina muito escura, marrom ou preta como cor de chá ou cor de coca-cola;
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Dor no tórax;
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Sensação de falta de ar;
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Dormência e perda da força que afeta todo o corpo;
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Geralmente não há sinais como febre, aumento do baço, do fígado fígado ou dor abdominal.
Para chegar ao diagnóstico dessa doença o médico pode solicitar exames de urina, de sangue e uma tomografia computadorizada. O exame de sangue pode comprovar o aumento de CK e outras substâncias importantes para chegar a conclusão de que se trata da Doença de Haff, mas como esta é uma doença rara é comum os médicos terem outras suspeitas antes de fechar o diagnóstico.
Na doença de Haff é comum a CK estar 5 vezes acima do valor esperado.
O que causa a Doença de Haff
As causas da doença de Haff não são totalmente conhecidas e a única pista é que todos os pacientes diagnosticados comeram peixes ou crustáceos como lagostim, no mesmo dia ou no dia anterior ao surgimento dos sintomas.
A teoria mais aceita pelos pesquisadores é de que o alimento deveria estar contaminado com alguma toxina que estaria causando a dor muscular, afetando os rins, a coagulação sanguínea, o fígado e o sistema digestório. A toxina não altera o sabor do alimento, nem muda sua cor, nem é destruída pelo processo normal de cozedura, por isso qualquer peixe ou crustáceo pode estar contaminado e a pessoa ingerir, sem saber.
Alguns frutos do mar que foram consumidos por pacientes diagnosticados com a doença de Haff incluem o Tambaqui, Pacu-Manteiga, Pirapitinga e Lagostin e a maioria dos casos ocorreram em épocas de epidemia dessa doença.
Inicialmente houve suspeita de que essa doença fosse causada pelo envenenamento por arsênio ou mercúrio mas não ficou comprovado.
Como é feito o Tratamento
Para controlar os sintomas é comum que o médico indique analgésicos e anti-inflamatórios que podem ser ingeridos antes de iniciar os exames para poder controlar a dor e tentar acalmar o doente mas por vezes somente opióides são eficazes para aliviar o desconforto que a doença provoca.
Normalmente a pessoa precisa ficar internada no hospital para receber o tratamento adequado, que pode ser feito com soro na veia, para prevenir a desidratação ou insuficiência renal, provocadas pelo excesso de resíduos musculares no sangue. É recomendado beber bastante água para se recuperar mais rápido e a quantidade de soro que deve ser administrado na veia pode ser de 10 litros por dia.
Remédios diuréticos também podem ser usados para produzir mais urina e limpar o organismo mais rápido.
O tempo de tratamento varia de acordo com a evolução do paciente, por vezes é necessário o uso de bicarbonato de sódio para normalizar a função renal e a pessoa tem alta quando os exames estão normais e não há risco de desenvolver graves danos nos rins como a insuficiência renal.