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19/9/2011 - Fonte: Portal Endocrino
Quem pode ter diabetes tipo 2?
O diabetes mellitus tipo 2 pode afetar qualquer pessoa. Grupos com maior risco de desenvolver a doença são: pessoas com excesso de peso (sobrepeso ou obesidade); mulheres que tenham tido diabetes gestacional; pessoas com história familiar de diabetes tipo 2; pessoas com síndrome metabólica. A idade é um fator que contribui para o surgimento de diabetes: quanto mais idosa a pessoa vai ficando, menor sua capacidade de metabolizar os açúcares e maior o risco de diabetes tipo 2.
Quais são as causas do diabetes tipo 2?
Embora seja bem mais comum do que o diabetes tipo 1, o tipo 2 é menos entendido. Provavelmente é causado por múltiplos fatores agindo em conjunto. Os fatores que podem contribuir para o surgimento de diabetes tipo 2 são os seguintes:
a) Genética - geralmente o diabetes tipo 2 afeta vários membros de uma mesma família, e pessoas que vêm de famílias diabéticas têm maior chance de serem diabéticas;
b) Resistência à insulina - antes do aparecimento do diabetes tipo 2, a maioria dos pacientes apresenta um defeito na ação biológica do hormônio natural insulina, ou seja, os pacientes precisam produzir mais insulina para fazer o mesmo efeito que ela faria em uma pessoa normal. Essa é uma anormalidade que pode estar presente vários anos e até décadas antes do surgimento do diabetes, e está intimamente relacionada ao excesso de peso e ao sedentarismo, bem como a fatores genéticos;
c) Secreção anormal de insulina - Inicialmente, os pacientes produzem grandes quantidades de insulina para tentar compensar a resistência insulínica que eles apresentam. Com o passar dos anos, entretanto, o pâncreas parece entrar em exaustão e não consegue mais produzir insulina suficiente para controlar adequadamente os níveis de glicemia do indivíduo. É aí que a glicemia começa a se alterar e o diagnóstico de diabetes é feito. Geralmente os pacientes com diabetes tipo 2 apresentam os 2 defeitos: resistência à ação da insulina + defeitos na secreção de insulina.
Quais são os sintomas?
Os sintomas do diabetes tipo 2 variam muito de pessoa para pessoa, podendo ser muito discretos ou muito severos. Alguns sintomas típicos do diabetes incluem:
- Sede excessiva;
- Fome exagerada (especialmente após as refeições);
- Boca seca;
- Náuseas e vômitos;
- Necessidade de urinar muitas vezes e em grande quantidade;
- Cansaço e fraqueza importantes;
- Visão borrada;
- Adormecimento ou “formigamento” dos pés ou mãos;
- Dificuldade de cicatrização;
- Impotência sexual;
- Infecções freqüentes da urina, pele ou vagina (candidíase vaginal).
Pacientes com diabetes tipo 2 sempre apresentam sintomas?
Uma boa parte dos pacientes com diabetes tipo 2 não apresenta qualquer sintoma da doença, principalmente no seu início, razão pela qual se estima que cerca de 50% das pessoas portadoras de diabetes tipo 2 não sabem que têm a doença.
Isso é um dado desastroso, pois sem o tratamento adequado, tais indivíduos correm um risco muito alto de desenvolver as complicações tardias do diabetes, que vão desde problemas nos olhos (retinopatia, podendo evoluir até cegueira), nos rins (nefropatia, que é uma das mais importantes causas de insuficiência renal e que leva muitas pessoas à hemodiálise) e nos nervos (neuropatia, produzindo alterações da sensibilidade dos pés e eventualmente amputações nos membros inferiores) até complicações cardiovasculares, tais como o infarto de miocárdio e o derrame (acidente vascular cerebral).
Como é feito o diagnóstico?
Se houver suspeita de diabetes tipo 2, ou se a pessoa tiver algum fator que aumente seu risco de apresentar a doença, devem-se fazer alguns exames laboratoriais para avaliar a presença ou não do distúrbio.
O principal exame a ser realizado é a glicemia de jejum.
É importante, em pessoas com risco de diabetes tipo 2, principalmente aqueles que estão acima do peso ideal, que sejam avaliados também os níveis de colesterol e triglicérides, que freqüentemente se encontram alterados.
Em alguns casos, o paciente pode apresentar alterações típicas do diabetes durante um exame de vista de rotina, e assim fazer o diagnóstico de diabetes.
Como é o tratamento do diabetes tipo 2?
Muitas pessoas com diabetes tipo 2 têm vidas longas e saudáveis. A chave para manter a boa saúde é controlar o nível de açúcar (glicose) no sangue, para mantê-lo o mais próximo do normal possível. Só assim se pode evitar as complicações tardias do diabetes, freqüentemente sérias e incapacitantes.
O controle da glicemia pode ser conseguido com um planejamento alimentar adequado, exercícios regulares e uso de medicações (comprimidos e/ou insulina). É importante também medir os níveis de glicemia regularmente, usando aparelhos e fitas de glicemia capilar.
Quais são as complicações do diabetes tipo 2?
Se os níveis de glicose não forem adequadamente controlados, o diabetes tipo 2 pode provocar uma série de problemas incômodos e potencialmente fatais. Felizmente, tais complicações podem ser prevenidas pelo tratamento correto e pela manutenção de níveis normais ou quase-normais de glicemia, bem como pelo adequado controle de outros problemas porventura existentes (pressão arterial, colesterol etc.).
As principais complicações do diabetes 2 são as seguintes:
a) Retinopatia - É uma doença da parte de trás dos olhos (as retinas), que pode já estar presente em pessoas com diabetes tipo 2 no momento do diagnóstico da doença. O controle adequado da glicemia, o manejo da hipertensão e a regulação dos lípides sangüíneos (colesterol e triglicérides) são importantes medidas na prevenção da retinopatia. Felizmente, a perda de visão não costuma ser importante ou incapacitante na maioria dos pacientes. Casos mais avançados de retinopatia diabética podem ser tratados com sessões de laser (fotocoagulação), para prevenir a piora da perda de visão. Todo paciente com diabetes tipo 2 deve fazer, desde o diagnóstico e uma vez por ano, um exame especial para avaliar o comprometimento da retina: é o chamado exame de fundo-de-olho, ou fundoscopia.
b) Nefropatia - Cerca de 15 a 20% das pessoas com diabetes tipo 2 acaba desenvolvendo uma doença dos rins, chamada nefropatia diabética. O risco para doença renal aumenta com o passar do tempo e se torna mais importante após 15 a 25 anos de diabetes. Os rins passam a funcionar menos, podendo até chegar à falência completa - a chamada insuficiência renal, que em alguns casos obriga o paciente a fazer sessões de hemodiálise ou diálise peritoneal para substituir a função dos rins. Essa complicação também pode ser prevenida pelo controle glicêmico adequado e o tratamento correto da hipertensão arterial e do colesterol. Infelizmente, diabéticos com nefropatia apresentam um risco muito elevado de outras doenças sérias, como o infarto do miocárdio e a retinopatia. O primeiro sinal de nefropatia diabética, na maioria dos casos, é o aumento da perda de proteínas, principalmente a albumina, na urina. Por isso, pacientes com diabetes tipo 2, desde o início da doença, devem fazer todos os anos um exame que avalie a perda de albuminúria na urina, o que é feito com coleta de toda a urina produzida durante 12 ou 24 horas.
c) Neuropatia - O diabetes pode afetar também os nervos, principalmente em extremidades do corpo como os pés e as mãos - uma complicação conhecida como neuropatia diabética. O dano aos nervos provoca alterações da sensibilidade, sendo que os pés e mãos podem tornar-se mais insensíveis (“dormentes”) e deixar de sentir calor, frio ou dor. Assim, o paciente com neuropatia pode machucar os pés e não sentir dor nenhuma, o que aumenta o risco de infecção, bolhas, calos, deformidades e até mesmo de amputação. Outros sintomas de neuropatia podem ser: dor em queimação nas plantas dos pés, principalmente à noite; formigamento, pontadas, cãibras nas pernas, etc. A neuropatia, assim como a nefropatia e a retinopatia, podem ser prevenidas pelo adequado controle da glicemia. Há várias medicações que podem aliviar os sintomas da neuropatia, uma vez que ela esteja instalada, tais como: a carbamazepina, a amitriptilina e a gabapentina.
Além dos pés e mãos, outros órgãos também podem ser acometidos pela neuropatia, tais como: o trato digestivo (provocando náuseas, vômitos, diarréia e/ou má-digestão); o coração (levando a variações muito grandes da pressão arterial), e o sistema genito-urinário (podendo causar perda ou retenção de urina e impotência sexual).
d) Má circulação - Os vasos sangüíneos de todo o corpo, principalmente as artérias, também podem ser afetados pelo diabetes tipo 1, levando a problemas de circulação principalmente nas extremidades (pés). Com isso, a cicatrização de feridas é muito comprometida. A má circulação, associada à perda de sensação dolorosa característica da neuropatia, leva ao aparecimento do chamado pé diabético - um pé frágil, com grandes chances de complicações sérias como: infecção, gangrena, necrose e amputação. O pé diabético é uma das maiores causas de amputações em membros inferiores (pés, pernas) na atualidade.
e) Doenças cardiovasculares - A principal causa de morte em pacientes com diabetes tipo 2 consiste nas chamadas doenças cardiovasculares, que incluem: infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral (derrame) e insuficiência arterial periférica, uma importante causa de amputação de membros inferiores. O risco para doença cardiovascular já parece estar aumentado desde antes do aumento da glicemia, ou seja, antes do início do diabetes, na fase conhecida como pré-diabetes. Para evitar essas complicações devastadoras, é fundamental o controle rigoroso da glicemia, bem como de todas as anormalidades associadas ao diabetes tipo 2: hipertensão arterial, transtornos do colesterol, excesso de peso etc.
Baseado em textos da WebMD Health - www.webmd.com