Maioria dos antidepressivos é ineficaz em crianças e adolescentes
Um novo estudo mostrou que os medicamentos podem ser até perigosos para esse grupo. Apenas a fluoxetina teve sua eficácia comprovada
Um novo estudo mostrou que, entre 14 antidepressivo, a fluoxetina é a única eficaz e a mais bem tolerada para tratar os sintomas da depressão em crianças e adolescentes. Anortriptilina foi considerada a menos eficaz, a imipramina, a menos tolerada e a venlafaxina está associada a um risco crescente de pensamentos suicidas.
Um novo estudo mostrou que, entre 14 antidepressivos, a fluoxetina é a única eficaz e a mais bem tolerada para tratar os sintomas da depressão em crianças e adolescentes. A nortriptilina foi considerada a menos eficaz, a imipramina, a menos tolerada e a venlafaxina está associada a um risco crescente de pensamentos suicidas. (Thinkstock)
A maioria dos antidepressivos é ineficaz em crianças e adolescentes com depressão grave. Em alguns casos, o medicamento pode até ser perigoso. É o que sugere um estudo publicado nesta quinta-feira no periódico científico The Lancet. Segundo os achados, a fluoxetina – comercializada como Prozac -, foi o único que se mostrou mais eficaz do que um placebo para tratar os sintomas da doença neste grupo.
“Os antidepressivos não parecem oferecer um benefício claro nas crianças e nos adolescentes. A fluoxetina é, provavelmente, a melhor opção quando o tratamento medicamentoso é indicado”, concluem os autores do estudo.
Para chegar a este resultado, um grupo internacional de pesquisadores analisou 34 estudos clínicos realizados com mais de 5.000 crianças e adolescentes, com idades entre 9 e 18 anos, envolvendo 14 antidepressivos. Os resultados mostraram que além de ser a única opção eficaz, a fluoxetina também é mais bem tolerada do que os demais antidepressivos.
No sentido contrário, a nortriptilina foi considerada a menos eficaz entre os antidepressivos estudados, e a imipramina, foi a menos tolerada. Já a venlafaxina está associada a um risco crescente de pensamentos suicidas.
Apesar dos resultados, os pesquisadores reconhecem que a verdadeira eficácia e os riscos de efeitos colaterais graves desses medicamentos continuam no campo do desconhecido, devido à fragilidade dos testes clínicos existentes. As farmacêuticas financiaram 65% dos estudos disponíveis e apenas quatro deles tiveram resultados considerados “pouco tendenciosos” pelos cientistas.
Nos estudos disponíveis, por exemplo, os pensamentos e comportamentos suicidas ligados à paroxetina atingem apenas 3% dos pacientes. Entretanto, em um comentário agregado ao estudo, o pesquisador australiano Jon Jureidini destacou que, em uma nova análise de dados, esse número chegou a 10%.
Diante disso, a recomendação dos autores é que crianças e jovens que tomam antidepressivos tenham um acompanhamento rigoroso, principalmente no início do tratamento, independentemente de qual medicamento eles estejam tomando.
Segundo estimativas citadas pelo estudo, 2,8% das crianças entre 6 e 12 anos e 5,6% dos adolescentes sofrem de problemas depressivos graves nos países desenvolvidos. Esse número pode estar subestimado, levando-se em conta a dificuldade de diagnosticar a patologia. Eles lembram também que, neste grupo, os sintomas da doença são diferentes dos observados nos adultos e incluem, em especial, irritabilidade, não querer ir à escola, ou comportamento agressivo.
Em relação aos antidepressivos – que também podem causar, além das ideias suicidas, dor de cabeça, náusea e insônia -, sua prescrição continua a aumentar, ainda que a maioria das diretrizes internacionais recomende que o tratamento da depressão comece com uma abordagem não medicamentosa e que o uso de remédios seja reservado às depressões mais graves, após o fracasso das psicoterapias.
Vários especialistas comemoraram os resultados do estudo, que fortalecem as recomendações de países como a França e Grã-Bretanha no que diz respeito à prescrição de antidepressivos às crianças e aos adolescentes. O primeiro tratamento para a doença em ambos os grupos deve continuar sendo “a abordagem psicológica, ou relacional, que é mais eficaz no longo prazo”, disse o vice-presidente da Sociedade Francesa de Psiquiatria da Criança e do Adolescente, Daniel Marcelli, que participou da elaboração das recomendações francesas.
“Estamos de acordo com as conclusões dos autores, que consideram que os antidepressivos devem ser utilizados de forma sensata e acompanhados de perto”, declarou a psiquiatra britânica, Bernadka Dubicka.
N.R. Na europa um dos antidepressivos mais receitados é oHypericum perforatum L. feito a partir da erva Flor de São João, muito comum na zona rural nos meses de Junho e Julho, dessa planta pode-se fazer o chá com as flores de folhas.
Nome Botânico:
Hypericum perforatum L.
Sinonímia:
Erva de São João; Milfurada; Jarsin
Família:
Clusiacea
Parte utilizada:
Folha e Flor
Histórico e curiosidades:
Conhecida popularmente na Europa com planta mágica e por isto entra na composição de defumadores de ambientes. Na idade média acreditava-se que o Hipérico tinha o poder de expulsar maus espíritos e o azar.
As flores de cor amarela dourado devem ser colhidas logo que desabrocham juntamente com as folhas.
A Europa é líder em prescrição do Hipérico, sendo que na Alemanha, é o antidepressivo mais utilizado, representando acima de 25% do total de prescrições para esta classe de medicamentos.
Ecologia:
Nativo da Europa e encontrada na Ásia e Norte da África habita terrenos incultos, bosques pouco densos, clareiras e prados secos até 1.600 metros de altitudes. Esta bem aclimatada no Brasil, Austrália e outros países da América.
Constituintes:
Óleo essencial, flavonóides (hiperosídeo, quercitina, quercitrina e rutina), glicosídeos (hipericina – corante vermelho)
Ações:
Adstringente, calmante, antiirritante, antidepressivo, antidiarréico, antiinflamatório, vulnerário, sedativo, diurético suave, colagogo, cicatrizante, anti-séptico e vermífugo.
Propriedades Farmacológicas:
A Hipericina exerce ligeira ação calmante, auxiliando em quadros depressivos e de distúrbios psicovegetativos acompanhados de ansiedade; É utilizada também em problemas vegetativos relacionados à depressão, como melancolia, distúrbios do sono, dores musculares e cefaléias. Ainda não foi completamente definida sua ação junto aos inibidores da Monoaminoxidase (IMAO);
Os princípios amargos estimulam os órgãos digestivos, inclusive a vesícula biliar;
A ação adstringente está relacionada aos taninos e flavonóides;
As saponinas são responsáveis pela ação estimulante da circulação sanguínea;
A Hipericina está sendo testada como agente antiviral em pacientes aidéticos;
Extrato de Hipérico é mais seguro que a Imipramine e de mesma forma efetiva para tratar pacientes com depressão moderada. (British Medical Journal December 11, 1999;319:1534-1539).
A diferença entre Hipérico e outros antidepressivos sintéticos é não provocar dependência e nem potencialização dos efeitos do álcool.
Contra indicações
Pacientes diabéticos;
Gestantes e Lactentes;
Pacientes em uso de quimioterápicos, digoxina, anticonvulsivantes, anticoagulantes, Sinvastatina e imunossupressores (Ciclosporina);
Reações adversas
Em pessoas de pele clara pode provocar fotossensibilização com inchaços, irritação e edema cutâneo, principalmente se usada em quantidades inadequadas.
Precauções:
Deve-se evitar a exposição direta ao sol durante o tratamento;
Não deve ser utilizado juntamente com outros antidepressivos;
Medicamentos devem sempre ser administrados com a orientação médico/farmacêutico.
Utilização:
Uso interno:
Cápsulas de Hipérico (extrato seco) 300 mg 1 a 3 vezes ao dia (300 a 900 mg)
Tintura: 1 a 4 mL 3 vezes ao dia.
Infusões (no tratamento da enurese noturna): 2 colheres de chá de flores em 1 xícara (de café) de água quente, coar depois de 10 minutos e administrar antes de dormir;
Uso externo:
Óleo de macerar: usar 300 g de sumidades floridas em 500 g de óleo puríssimo. Fazer compressas de gaze sobre úlceras e queimaduras, ou fricções para gota e reumatismo.
Xampus, cremes, loções, gel de banho e óleos infantis: até 5% de extrato glicólico.
Fontes:
Almança, C. C. J.; Carvalho, J. C. T. Formulário de prescrição fitoterápica. São Paulo: Atheneu, 2003.
CORDEIRO, C. H.G.; CHUNG, M.C.; SACRAMENTO, L.V.S. do. Interações medicamentosas de fitoterápicos e fármacos: Hypericum perforatum e Piper methysticum. Rev. bras. farmacogn., João Pessoa, v. 15, n. 3, Sept. 2005 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-695X2005000300019&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 26 Jan. 2009. doi: 10.1590/S0102-695X2005000300019.
Filho, S. D. S. Comparação de efeitos dos extratos de Hypericum perforatum (Hipérico) e de Menta crispa (Ortelã) em diferentes modelos experimentais, UFRN, tese doutorado, 2007.
Hipérico – Informativo Embrafarma. Disponível em WWW.embrafarma.com.br acessado em 09-01-26.
Introdução à fitoterapia: utilizando adequadamente as plantas medicinais. Colombo: Herbarium Lab. Bot. Ltda, 2008.