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20/07/2011
Retinopatia: antivasogênicos

Diabetes, sem visão
16/7/2011 - Fonte: Revista Corpore

O diabetes já é considerado uma epidemia. Estima-se que mais de 240 milhões de pessoas em todo o mundo tenham a doença caracterizada pela intolerância à glicose. E os males vão muito além da dificuldade em seguir uma dieta livre de açúcares e guloseimas. Problemas com a visão estão entre as complicações mais frequentes apontadas pelos portadores da doença, seja do tipo 1 ou 2.

Oftalmologista em Londrina, Dr. Gildo Fujii alerta que em algum momento da vida a maioria dos diabéticos vai apresentar complicações da doença no olho. A enfermidade mais comum é a Retinopatia Diabética, que evolui lentamente e pode levar à cegueira. Inicialmente, o paciente percebe que a visão começa a ficar borrada, e se nada for feito para combater a doença, isso só tende a piorar.

Em termos técnicos, a Retinopatia Diabética é uma lesão na retina que evolui com o aparecimento inicial de microaneurismas, seguidos de pequenas hemorragias que podem se tornar maiores e mais numerosas com o tempo. “Infelizmente, mesmo controlando o diabetes, a pessoa com a doença acaba desenvolvendo a Retinopatia Diabética. Até pouco tempo, o único tratamento comprovado era o laser, que beneficiava boa parte dos pacientes. Entretanto, cerca de 40% dos casos são mais complicados e não melhoram satisfatoriamente com esse tratamento único”, relata Dr. Fujii.

A boa notícia é que uma nova arma surgiu para combater a doença, e já está sendo usada com sucesso. Realizado através de medicamentos injetáveis com características antivasogênicas, o tratamento leva à diminuição do edema macular diabético, possibilitando a melhora da visão do paciente.

Foi o que ocorreu com a professora Leange Alves, de 63 anos. Diabética há mais de 15 anos, ela percebeu que a visão estava ficando borrada há dois anos, e a cada dia o problema aumentava. “Minha vista já estava muito embaçada. Sou professora e preciso ler muito, o que já era bem difícil. Tornou-se uma questão emocional complicada de recuperar”, recorda.

Encaminhada para tratar a doença com o Dr. Fujii, Leange ficou encantada com a novidade e agora comemora a volta da visão. “No começo não acreditei muito, mas achei importante confiar no médico e no tratamento. Fiz duas aplicações em cada olho e minha visão melhorou 90%”, enfatiza. Para ela, ter acesso a um tratamento inovador em Londrina foi o caminho para voltar a desempenhar as atividades diárias no departamento de jornalismo sem empecilhos. “O oftalmologista está fazendo o acompanhamento, e um olho já está com visão praticamente normal. Acho muito importante que os diabéticos tenham conhecimento dessa nova técnica, que saibam que ela existe e que é eficaz”, diz Leange.

Dr. Gildo Fujii conta que o procedimento é atual no tratamento da Retinopatia Diabética e seus resultados benéficos foram publicados recentemente em diversas revistas especializadas. “A técnica combinada com o uso de antivasogênico com o laser, diminui o inchaço na retina e traz resultados mais satisfatórios a longo prazo do que o laser como tratamento único”, indica. Dr. Fujii aponta que todo diabético precisa passar por exames de rotina periódicos, principalmente o exame de fundo de olho.

"A pessoa com diabetes precisa aprender a conviver com a doença a vida inteira, por isso é importante esse acompanhamento”, explica.

A estimativa é que os diabéticos tenham 25 vezes mais chances de se tornarem cegos do que as pessoas que não têm a doença. É por isso que Dr. Fujii comemora a novidade. “Antes não tínhamos outra opção para oferecer aos pacientes a não ser o laser, e quando não tinha sucesso não havia alternativa comprovadamente benéfica. Esse medicamento realmente é um avanço significativo no tratamento dessa enfermidade”, sintetiza.



Por Fernanda Bressan



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