Há uma epidemia de obesidade pelo mundo, com meio bilhão de pessoas consideradas obesas. E, no mundo todo, não tem país com mais gente obesa que os Estados Unidos, onde 37,5% dos adultos, ou mais de 78 milhões de pessoas, é considerada obesa. No Brasil, a porcentagem de obesos é de 13,9% dos adultos, aproximadamente 15 milhões de pessoas.
Neste cenário, surge o liraglutide, uma droga para o tratamento da diabetes tipo 2, e que tem efeito emagrecedor, que segundo alguns relatos ajuda a eliminar 7 quilos em média, chegando a até 15 quilos, em até cinco meses.
De olho neste novo uso, o fabricante dinamarquês Nova Nordisk, também o maior produtor mundial de insulina, iniciou estudos em 2009 para aprovar o medicamento como tratamento para obesidade junto ao FDA (órgão regulador de medicamentos nos EUA).
Agora que o teste entra na fase três, aumentam as especulações sobre se ele será aprovado como tratamento contra obesidade. Uma pesquisa com 10 analistas apontam 43% de chances de aprovação.
Destes 10 analistas, cinco são de bancos internacionais dando uma probabilidade de 32%, enquanto os outros cinco analistas são de bancos dinamarqueses, e que dão uma probabilidade de 55% de aprovação.
Se o otimismo dinamarquês se confirmar, o Victoza (nome comercial do luraglutide) será o primeiro medicamento aprovado pelo FDA para tratamento de obesidade desde 1999.
A diabetes tipo 2 é causada por uma deficiência relativa de insulina, aumento da glicose sanguínea, e resistência à insulina, e pode causar falência renal, problemas cardíacos e cegueira, além de ter a obesidade como uma das consequências.
O Victoza estimula a produção de insulina pelo pâncreas, e diminui o glucagon. Além disso, ele também dá uma sensação de saciedade. A aplicação é em uma injeção semelhante à de insulina, preferencialmente no abdômen.
Só que o liraglutide tem efeitos colaterais: notadamente dores de cabeça, vômitos, náuseas e diarreias, em alguns casos bem sérias, principalmente pelo fato que a dosagem para emagrecer é normalmente o dobro da dosagem para controle do diabetes (3 mg, contra 0,6 mg até 1,8 mg). Além disso, uma caixa do medicamento custa a bagatela de R$ 370,00, durando entre 10 e 30 dias, dependendo da dosagem.
Finalmente, um aviso aos leitores: não se automediquem. Se querem experimentar a droga, aguardem a aprovação da mesma como emagrecedor (existem as suspeitas que o medicamento cause câncer no pâncreas), e procurem um médico. Não tentem consultas médicas em fóruns e páginas da internet. Enquanto isto, adotem uma dieta saudável e pratiquem exercícios