Enxaqueca causa grande impacto, além da perda de produtividade diária Segundo Gabriel Kubota, estima-se que o Brasil, a cada ano, arque com prejuízo de R$ 67 bilhões devido à perda de produtividade causada pela doença.A doença atinge de duas a três mulheres para cada homem, iniciando-se por volta dos 20 a 30 anos de idade.
Não há nada mais incômodo do que uma dor de cabeça. Se ela apresentar as características de uma enxaqueca, pior ainda. Ela pode irradiar para o resto do corpo, aumentando ainda mais o mal-estar. O problema pode impactar a saúde de grande parte da população. Gabriel Kubota, neurologista coordenador do Centro de Dor do Hospital das Clínicas e membro do grupo de cefaleias da Faculdade de Medicina da USP, explica que as dores de cabeça podem ser divididas em dois grandes grupos: primária e secundária. “As dores de cabeça secundárias são consequência, sintoma de uma outra doença ou condição. Por exemplo: jejum prolongado, consumo de álcool, cárie dentária, sinusite, problemas oftalmológicos ou doenças mais graves como tumores, trombose venosa, aneurisma e outras situações.”
A dor de cabeça primária já é a doença em si. Duas situações se enquadram nessa situação: a cefaleia, tipo tensão, e a migrânea. As dores de cabeça primárias, em conjunto, correspondem à segunda condição médica mais prevalente na população mundial, gerando um impacto muito importante. Somente a enxaqueca acomete mais de 1 bilhão de pessoas no mundo, sendo de 20% a 30% mulheres e 6% a 15% de todos os homens. Os gastos podem ser diretos, no uso de recursos de saúde, ou de forma indireta por faltas ao trabalho. Segundo Kubota, estima-se que o Brasil, a cada ano, perca por volta de R$ 67 bilhões em gastos, devido à perda de produtividade relacionada à enxaqueca. A melhor maneira de lidar com o problema é procurar um médico, que fará uma avaliação e saberá a melhor forma de tratamento.
Fator genético
A doença atinge de duas a três mulheres para cada homem, iniciando-se por volta dos 20 a 30 anos de idade, podendo ser a genética um dos fatores de sua causa. Kubota destaca que o histórico familiar é muito importante. “Os filhos de pessoas que têm enxaqueca têm duas vezes mais chances de também apresentar a doença. Mas vale a pena ressaltar que a genética pode aumentar ou diminuir o risco, mas ela não é absoluta. Ter alguém com enxaqueca na família não quer dizer que você também vá ter e o fato de ninguém na família ter não quer dizer que você não vá ter.”
Para diferenciar uma dor de cabeça primária da secundária, exames físicos e o histórico de vida são muito importantes. Por esse motivo, a procura por um médico é essencial. Quem tem migrânea sabe que entre os fatores que podem desencadear o problema estão os cheiros fortes. Seus sintomas são bem característicos: a dor é de moderada a forte intensidade, com aspecto pulsátil, atingindo mais um lado da cabeça. Pode causar náuseas e vômitos. Muitos podem apresentar intolerância à luz e sons e preferir ficar em repouso durante a crise, porque qualquer movimento ou esforço pode causar piora. O período pré-menstrual é outro fator que desencadeia a dor, que pode durar de quatro a 72 horas, mas há quem tenha enxaqueca crônica. Esse paciente pode apresentar crises de mais de 15 dias por mês por pelo menos três meses.
O tratamento para a dor de cabeça secundária, aquela que é consequência de alguma doença, irá melhorar com o tratamento do problema. Por exemplo, uma pessoa com sinusite, trombose, dor de dente irá melhorar com a solução do transtorno. Já a cefaleia primária, também conhecida como enxaqueca, não tem cura e conta com um tratamento diferenciado.