20/11/2009Fumante diabéticoNoticias
Cuidados
19/11/2009 - ADJ
Pessoas com diabetes são fumantes de alto risco. Não que o cigarro vá agir de forma diferente em seu organismo, mas, por apresentarem características diferentes, podem ter seu quadro agravado pelos efeitos do fumo. Pelos distúrbios metabólicos que acarreta, o diabetes faz com que glicose e gordura se acumulem no sangue, provocando o aparecimento de doenças cardiovasculares (enfartos, derrames e gangrenas nos pés). O cigarro é mais uma ameaça a este paciente, segundo os especialistas.
O fumo faz os vasos sanguíneos se contraírem, estimulando a progressão de lesões coronárias e cerebrais, retinopatia, nefropatia, neuropatia e, principalmente, doenças cardiovasculares – maior causa de morte entre adultos com diabetes nos Estados Unidos e países europeus.
Segundo o Dr. José Egídio de Oliveira – chefe do Serviço de Nutrologia do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro – a nicotina, uma das substâncias presentes no cigarro, também potencializa a ação das catecolaminas (adrenalina e noradrenalina), fazendo com que o corpo apresente resistência à ação da insulina.
Para parar de fumar as pessoas com diabetes devem lançar mão de todos os meios possíveis. Os medicamentos como goma e adesivos de nicotina, por exemplo, não têm contraindicação. Somente a brupopiona (antidepressivo usado por pessoas que querem deixar o tabaco) é contra indicada a quem faz uso de hipoglicemiante oral, pelo risco de causar convulsões.
Ao decidir abandonar este vício, no entanto, o portador de diabetes deve tomar muitos cuidados, pois variações diárias na taxa de glicose acontecem bastante nesta fase. Por isso, é importante fazer um monitoramento preciso da glicemia e visitar seu endocrinologista. “Largar o cigarro leva ao aumento da ansiedade. Assim, o indivíduo tende a procurar outros mecanismos para tentar reduzir o estresse. Uma das formas mais comuns é comer mais. Como a alimentação tem um peso importante no controle do diabetes, recomenda-se consultar um médico e seguir rigorosamente a automonitorização”, explica o Dr. José Egídio.
Em geral, os serviços de diabetes oferecem atividades educativas aos pacientes, que incluem a discussão de todos os aspectos e questões, como álcool e cigarro, que possam desestabilizar a saúde. Além, é claro, de orientar e estimular hábitos saudáveis, como praticar esporte e comer adequadamente.
Uma Droga Chamada Cigarro
A maioria das pessoas tem o péssimo hábito de se considerar imortal e inatingível. Os fumantes não são exceções. Quanto mais o Ministério de Saúde bombardeia o público com advertências antitabagistas, mais eles se conscientizam de que o cigarro faz mal à saúde... dos outros. Afinal, esta droga não traz consequências imediatas. Talvez por isto, todo bom fumante diz que está parando ou acredita que vai parar de fumar nos próximos anos.
Este raciocínio, no entanto, está completamente errado. O cigarro provoca diversas transformações no organismo humano, que passam desapercebidas pelo próprio fumante. Produzindo cerca de quatro mil substâncias prejudiciais à saúde, o fumo aumenta a pressão e o colesterol, reduz a circulação de oxigênio no organismo, amarela os dentes, provoca rugas e queda de cabelos, enfraquece as unhas, irrita os olhos e as cordas vocais.
Estas mudanças, a princípio não consideradas graves, levam ao aparecimento de doenças muito sérias, como o câncer de boca, laringe, esôfago, pulmão, rins bexiga e colo de útero. Além de aumentarem o risco de enfarto do miocárdio, derrames cerebrais e gangrenas de extremidades.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), as doenças relacionadas ao cigarro matam mais de quatro milhões de pessoas por ano no mundo. Até 2030, estima-se que este número chegue a 10 milhões. Somente no Brasil, 80 mil óbitos são causados anualmente pelo tabagismo.
O Que Acontece Quando Paramos de Fumar
- Após 20 minutos: a pressão sanguínea e a pulsação voltam ao normal
- Após 2 horas: não há mais nicotina circulando no seu sangue
- Após 8 horas: o nível de oxigênio no sangue se normaliza
- Após 12 a 24 horas: seus pulmões já funcionam melhor
- Após 2 dias: seu olfato já percebe melhor os cheiros e seu paladar já degusta melhor a comida
- Após 3 semanas: sua respiração se torna mais fácil e a circulação melhora
- Após 1 ano: o risco de morte por infarto já foi reduzido pela metade
- Após 5 a 10 anos: o risco de sofrer infarto será igual ao das pessoas que nunca fumaram
Autor: Paula Camila
Fonte: ADJ - Associação do Diabetes Juvenil
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