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03/12/2008
Irregularidade menstrual e excesso de peso podem sinalizar a doença

A síndrome dos ovários policísticos é bastante freqüente e acomete 6% a 10% das mulheres em idade reprodutiva. A síndrome se caracteriza por irregularidade menstrual (geralmente ciclos com intervalos superiores a 35 dias entre um e outro), dificuldade para engravidar, presença de pequenos cistos nos ovários e problemas de pele (espinhas, queda de cabelo ou aumento de pêlos no rosto e na barriga). Além disso, é relatada associação da síndrome com diabetes, distúrbios do colesterol e pressão alta, alterações estas que se agravam nas mulheres obesas.

"A síndrome dos ovários policísticos se relaciona a um estado de resistência à ação da insulina, que por sua vez promove diabetes, redução do HDL-colesterol (colesterol bom), aumento de triglicérides e hipertensão arterial", explica Cristiano Roberto Grimaldi Barcellos, endocrinologista do Hospital Professor Edmundo Vasconcelos.

Até o momento, a causa da síndrome dos ovários policísticos não foi totalmente esclarecida. Parece haver influência genética e do excesso de peso. Segundo o especialista, tratar os ovários policísticos ainda na adolescência pode evitar futuras complicações. "Mulheres com a síndrome estão mais predispostas a desenvolver doenças metabólicas. Por isso é necessário pesquisá-las nas pacientes jovens que apresentam diabetes ou hipertensão", alerta Barcellos.

Os problemas psicológicos também são apontados como inconvenientes da doença, sobretudo entre as adolescentes, em razão do aumento da acne e dos pêlos no rosto e na barriga. Além disso, cerca de 70% das pacientes apresentam sobrepeso ou obesidade, as quais também se associam a distúrbios psicológicos. O diagnóstico para identificar a síndrome é baseado em características clínicas e laboratoriais. Imagens ultra-sonográficas podem detectar a os microcistos ovarianos, uma das características da síndrome.

Entre as portadoras de sobrepeso e obesidade, o tratamento consiste basicamente na redução de peso, que pode ser alcançado com atividade física e dieta. Entretanto, medicamentos anti-obesidade podem ser utilizados em casos selecionados. Já as pacientes que não ovulam e querem engravidar podem precisar de remédios indutores da ovulação.

Além disso, medicamentos direcionados ao combate da resistência à insulina, como a metformina, podem ser utilizados para melhorar os sintomas da síndrome e prevenir ou tratar os distúrbios metabólicos.

Uma das maneiras de prevenção é combater a obesidade. Estudos estão sendo desenvolvidos para determinar uma causa genética do problema. "O ideal é que a paciente seja acompanhada por uma equipe multidisciplinar, composta por endocrinologista, ginecologista, dermatologista e nutricionista. Com isso evita-se o surgimento de doenças associadas à resistência à insulina", completa o médico.

PortalDiabetes.com.br

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