O diagnóstico da neuropatia diabética é feito a partir de uma sequência de exames que devem ser realizados no momento em que o diabético tipo 2 é diagnosticado e após cinco anos do diagnóstico por diabéticos tipo 1. Depois disso, os testes devem ser repetidos anualmente. O diagnóstico precoce permite que o problema seja tratado a tempo e que sua evolução seja desacelerada, explica o endocrinologista Luiz Clemente Rolim, responsável pelo setor de neuropatia diabética do Centro de Diabetes da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
"O exame neurológico e os testes para diagnóstico são necessários porque a maioria dos pacientes não percebe os sintomas dessa complicação", explica o médico.
A sequência dos exames começa com o exame neurológico dos pés, composto por testes que visam a verificar os reflexos e as sensibilidades térmica, dolorosa e vibratória. Esse último pode ser realizado com um diapasão ou com um medidor eletrônico chamado biotensiômetro, que oferece resultados mais exatos e quantifica em volts o grau de comprometimento da sensibilidade vibratória, explica Rolim.
Recentemente, alguns consultórios passaram a dispor de um novo equipamento para estudar a variabilidade da frequência cardíaca a partir da respiração e de algumas manobras que vão sendo determinadas pelo médico para o paciente executar. Esse equipamento avalia as chamadas fibras C (finas) do coração e é um exame não invasivo e indolor, lembra Rolim.
Com esse conjunto de análises é possível diagnosticar a neuropatia diabética precocemente e a boa notícia é que há como evitar ou retardar sua progressão. Isso só acontece, porém, se a neurite (inflamação dos nervos) não estiver avançada, lembra o especialista. Desde o início deste ano, o Brasil já dispõe de um medicamento que tem como base o ácido thióctico, que existe no organismo em baixas quantidades. Até então, o medicamento era importado a alto custo. Esse ácido tem efeito antioxidante e atua como neuromodulador e sua principal função é retardar a evolução da neuropatia. Além disso, em breve estará no mercado um novo medicamento contra a dor da neuropatia. "Em dores leves o tratamento é feito com medidas não farmacológicas, mas dores severas precisam de medicamento específico ou mesmo da associação de até três tipos de analgésicos", explica Rolim.