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01/11/2011
Diabetes tem novo medicamento

O diabetes atinge mais de 10 milhões de pessoas no Brasil e normalmente vem associado a vários outros problemas de saúde. Cerca de 500 brasileiros descobrem que têm a doença por dia, segundo dados da Organização Mundial da Saúde. Em todo o planeta, o diabetes atinge 366 milhões de pessoas e mata 4,6 milhões por ano.
Até 2025, a população mundial deve crescer 11%. No mesmo período, o número de diabéticos pode aumentar 42%. “Quando olhamos o crescimento da doença no mundo, temos dados semelhantes aos de uma epidemia. Isso acontece por causa da mudança de hábitos. Cada vez nos exercitamos menos e comemos mais gordura. A obesidade tem ligação direta com o diabetes do tipo 2”, afirma Marcos Tambascia, professor de endocrinologia da Unicamp.

Artur Beltrame, nefrologista da Unifesp, conta que 85% dos que sofrem de diabetes também têm hipertensão e mais da metade possui graus variados de problemas renais. “Dos pacientes que desenvolvem falhas nos rins, um terço precisa de transplante. Isso acontece porque o diabetes lesa os vasos do corpo e o rim é um órgão altamente vascularizado. O problema se intensifica porque a maioria dos remédios associados ao diabetes e à hipertensão são eliminados pela urina e, assim, causam problemas nos rins. Por isso, são muito poucos os medicamentos indicados para todos os diabéticos.”

A endocrinologista Thaís Mello reforça o alerta em relação aos pacientes com problemas renais e dá a boa notícia: acaba de chegar ao mercado um novo produto, que não tem efeitos colaterais sérios e pode ser usado junto a outros remédios. “Em 2004, começaram pesquisas com substâncias chamadas inibidores de DPP4, que promovem uma redução da glicemia no organismo sem prejudicar outras funções. Após anos de estudos, chegamos ao produto final, a linagliptina, que, além de muito eficiente na inibição de DPP4, não possui efeitos colaterais sérios e pode ser administrada com outros medicamentos.”

Por hora, a linagliptina é indicada para pacientes de diabetes do tipo 2, aquele associado à obesidade. “Diferentemente do tipo 1, quando o pâncreas não produz nenhuma insulina, os pacientes do tipo 2 produzem pouca insulina ou desenvolvem alguma resistência a ela. Como a linagliptina melhora a atuação do hormônio no corpo, é um tratamento eficaz para os pacientes do tipo 2. Ainda não há nenhum estudo que comprove a eficiência da substância em pacientes do tipo 1”, explica Tambascia, da Unicamp.

O médico conta também que o sucesso no tratamento da doença depende de quatro fatores. “É preciso que os diabéticos mantenham fielmente a dieta indicada pelo médico. Exercícios são fundamentais, pois o sedentarismo piora vários sintomas da doença. O medicamento ainda deve ser tomado à risca. E, acima de tudo isso, é preciso que haja um comprometimento do paciente. Ele deve ter consciência da gravidade da doença e dedicar-se a viver de maneira regrada. Seguindo todas as indicações, os diabéticos podem ter uma vida absolutamente normal.”

Fonte : Rede Bom Dia



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