20/01/2011Controle do Diabetes Noticias
Controle do Diabetes
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17/1/2011 - Zero Hora
O diabetes é uma doença que não escolhe sexo ou idade para se manifestar. Silenciosa, pode provocar problemas cardiovasculares e circulatórios — cujos sinais podem passar despercebidos.
De uma repentina dor no peito a um cansaço inexplicável ao subir um lance de escada, passando por excesso de suor, há manifestações que podem indicar que algo não vai bem. Essas complicações ocorrem quando os grandes vasos são afetados, levando à obstrução de órgãos vitais, como o coração e o cérebro.
O grande vilão disso tudo é bem conhecido do diabético: o açúcar. Seu excesso no sangue — a hiperglicemia —, somado à pressão alta, ao aumento do colesterol, à falta de atividade física e ao tabagismo, é um sério fator de risco para o desenvolvimento de doenças cardio e cerebrovasculares. O bom controle desses companheiros perturbadores são medidas imprescindíveis para se prevenir complicações.
O diabético tem de duas a quatro vezes mais chances de ter problemas cardiovasculares.
— Esses pacientes são mais propensos a desenvolverem um processo inflamatório das artérias, a proliferação de gordura e o acúmulo dessas substâncias nos vasos — diz Edna Maria Marques de Oliveira, cardiologista do Instituto do Coração de Taguatinga.
A principal doença cardiovascular responsável pela maior causa de mortes relacionadas ao diabetes — não importando o tipo — é o infarto. Muitas pessoas com um quadro de infarto apresentam os mesmos sintomas, como forte dor no peito e arritmias. Edna alerta, porém, que o diabético tem a percepção e a sensibilidade diminuídas:
— Às vezes, esse paciente se machuca na perna ou no pé e pode não notar o ferimento. O mesmo ocorre quando ele desenvolve um problema cardiovascular.
Podem aparecer manifestações atípicas: casos com total ausência de dor ou o surgimento de dores em locais fora do tórax, como a parte superior do abdômen, os ombros, o dorso e o pescoço.
— Nesses casos, é mais difícil diagnosticar o problema — afirma o cardiologista Fábio Mello.
Por isso, os médicos recomendam que os diabéticos recebam uma avaliação anual para o risco de doenças no coração. Além do exame clínico com o médico, é indicada a realização dos exames rotineiros de fatores de risco, como o colesterol, a taxa de triglicérides e a pressão arterial.
Nem só para o coração, porém, o diabetes pode ser um fator de risco. O cérebro também pode sofrer com as consequências. Isso ocorre porque os níveis de gordura nas paredes das artérias podem ficar tão elevados ao ponto de provocar o estreitamento da passagem do sangue, acarretando o entupimento completo. Se for de uma artéria que irriga o cérebro, ocorrerá um derrame ou um acidente vascular cerebral (AVC).
Tenha um programa de exercícios físicos
As extremidades do corpo também podem sofrer com a falta de circulação. Se a obstrução acometer uma das artérias da perna e não for tratada a tempo, pode ocorrer dor durante a caminhada, sensação de frio nas extremidades e, às vezes, até uma amputação por gangrena. Para evitar esses problemas, o exame clínico é sempre fundamental. O médico pode detectar a redução da pulsação das artérias e sentir a temperatura local. No entanto, alguns sintomas são sugestivos desses problemas, como dor nas pernas após atividade física (como caminhada), extremidades dos pés frias e episódios de tonturas.
Além do excesso de gordura nas paredes dos vasos, o músculo do coração se torna incapaz de bombear adequadamente o sangue para as extremidades do corpo. É isso que torna a atividade física tão importante. — O fortalecimento da musculatura dos membros inferiores favorece o retorno venoso. Assim, o sangue consegue voltar à bomba cardíaca — informa Jane Dullius, educadora física da Universidade de Brasília (UnB).
Jane defende um rigoroso controle da dieta, da pressão arterial e do colesterol, aliado a atividade física direcionada ao diabético. Caminhar é parte, mas não é o suficiente, afirma. Para tanto, é necessário um programa de exercícios que contemple, pelo menos, dois aspectos: o aeróbico, para fortalecer a parte cardiovascular respiratória, e os exercícios resistidos (musculação), que tornam mais forte a musculatura.
CADERNO VIDA – ZH