Mesmo com a liberdade que a alimentação baseada na contagem de carboidratos proporciona, o diabético precisa estar atento ao que come para não extrapolar e ter alterações indesejadas em sua glicemia.
Quem quer ter esse cuidado pode se ajudar se começar a tomar algumas precauções desde o momento de ir às compras. Com algumas dicas oferecidas pela psicóloga Regina Niglio, da Associação de Diabetes Juvenil (ADJ), resistir às tentações pode ser mais fácil.
“Afetividade e alimentação estão muito ligados e, por isso, é bastante comum a tentativa de suprir a carência afetiva pela boca”, avalia a psicóloga.
Por isso, um de seus primeiros conselhos é evitar ir ao supermercado nos dias em que a pessoa esteja especialmente deprimida ou insatisfeita. “Nesses momentos, o melhor remédio pode ser uma boa leitura”, acredita Regina.
Outro conselho é só sair para as compras bem alimentado. Fica difícil não encher o carrinho com doces, biscoitos, salgadinhos e guloseimas em geral quando o estômago está se manifestando. Assim, é melhor ir às compras depois do almoço ou jantar ou, então, tratar de fazer um lanchinho antes de sair.
Uma boa checada na despensa e a elaboração de uma lista do que realmente é preciso comprar também ajuda. “Isso funciona muito bem quando é o homem que faz as compras, já que é mais usual que a mulher tenda a ignorar essa lista e acabe comprando tudo o que está fora dela”, adverte Regina. Nesse caso, não custa tentar fazer a lista e, quem sabe, pedir ao marido que se encarregue das compras.
Com a crise econômica que vem assustando o mundo todo, o cuidado na hora da compra pode acabar fazendo bem também à saúde do bolso. Estabelecer o mesmo dia da semana para o supermercado, por exemplo, pode colaborar com as finanças. A compra semanal vai apenas complementar os itens que foram consumidos na semana anterior e a despensa ainda não estará totalmente vazia. Quando a compra é mensal, o fato de que faltam muitos itens pode acabar levando a pessoa a comprar mais, na suposição de que vai consumir tudo no mês seguinte, o que nem sempre acontece.
Para Regina, a maior freqüência de idas ao supermercado é especialmente bom para pessoas de terceira idade. “O supermercado oferece a possibilidade de contato com outras pessoas, é uma forma de convívio social para quem já não tem uma vida socialmente muito ativa e, adicionalmente, oferece a oportunidade de uma caminhada em ambiente seguro, com chão uniforme”, explica a psicóloga.
Para quem definitivamente não consegue se segurar e acaba abarrotando seu carrinho de compras, existe ainda uma alternativa que pode ajudar a controlar a entrada de guloseimas dentro de casa: muitas empresas de varejo e supermercados oferecem a possibilidade de compra pela internet. Essa pode ser a alternativa ideal para não cair em “pecado”. Afinal, o que os olhos não vêem, o coração não sente, como diz o ditado popular.