Estudo feito pela Universidade Northwestern revela que pessoas
na meia idade que vão dormir tristes ou solitárias experimentam
níveis altos de cortisol - hormônio do stress - na manhã
seguinte. A pesquisa foi realizada com 156 americanos nascidos entre 1935 e
1952, que colheram amostras de saliva três vezes ao dia durante três
dias consecutivos e registraram seu estado emocional todas as noites em um diário.
O cortisol, geralmente ligado à depressão, obesidade
e problemas de saúde quando em quantidade crônica, também
injeta no corpo energia para lidar com as sensações ruins no dia-a-dia.
A carga energética pode ajudar adultos que vão dormir com sentimentos
negativos a levantar no dia seguinte e vivenciar experiências sociais
positivas para ajudar a balancear os níveis hormonais.
A professora assistente da universidade Emma Adam, responsável
pelo estudo, afirma que o cortisol é necessário para a sobrevivência.
'Flutuações desse hormônio nos auxiliam a cumprir as mutantes
demandas que enfrentamos em nossas vidas diárias.'
Os dados analisados por Adam e pesquisadores em Chicago e na
Alemanha mostram que as mudanças nesse padrão de um dia para o
outro estão interligadas com alterações nas experiências
cotidianas.
Muitas vezes caracterizado como negativo, já que em
doses elevadas tende a ser prejudicial à saúde, o cortisol, em
curto prazo, é adaptável e útil, de acordo com o estudo.
A pesquisa descobriu, ainda, que pessoas que vivenciam sentimentos
de raiva durante o dia têm doses maiores de stress na hora de dormir.
'Níveis altos de cortisol à noite são um sinal biológico
de um dia ruim', afirma a professora. Níveis do hormônio são
geralmente altos no momento em que se acorda, crescem na meia hora seguinte
e tendem a cair no decorrer do dia.
Além de ficar à mercê das experiências
humanas diárias, o estudo mostra que o cortisol também pode influenciá-las.
Indivíduos com baixos níveis de stress de manhã sofrem
de fadiga durante o dia, um resultado com potencial para explicar a fadiga crônica.
A professora Emma Adam explica que os sistemas de stress são
desenhados para traduzir experiências sociais em ações biológicas.
'São um conduíte do mundo externo ao mundo interno para que possamos
reagir melhor ao nosso contexto social.'