Uso prolongado de calmantes pode elevar risco de Alzheimer Segundo estudo, utilizar por mais de três meses medicamentos à base de benzodiazepínicos aumenta a probabilidade da demência em 51%.
Pesquisadores relataram relação entre o uso de calmantes e o desenvolvimento de Alzheimer(Medioimages/Thinkstock/VEJA).
Usar por mais de três meses calmantes à base de benzodiazepínicos (conhecidos por nomes comerciais como Rivotril, Valium, Lexotan e Lorax) pode elevar o risco de Alzheimer. Essa é a constatação de uma pesquisa realizada por estudiosos canadenses e franceses e que contou com a participação de 8.980 pessoas com mais de 66 anos. Apesar do resultado, a razão da associação entre a doença e o medicamento não foi encontrada.
CONHEÇA A PESQUISA
Título original: Benzodiazepine use and risk of Alzheimer's disease: case-control study Onde foi divulgada: periódico BMJ Quem fez: Sophie Billioti de Gage, Yola Moride, Thierry Ducruet, Tobias Kurth, Hélène Verdoux, Marie Tournier, Antoine Pariente e Bernard Bégaud. Instituição: Universidade de Bordeux, na França, e Universidade de Montreal, no Canadá.
Resultado: Utilizar por mais de três meses calmantes da família dos benzodiazepínicos pode elevar em 51% o risco de desenvolver Alzheimer.
Todos os participantes foram acompanhados durante um período de seis anos. Do total, 1.796 tinham o diagnóstico de Alzheimer no início do estudo. Cerca de metade dos que apresentavam a doença usou, em algum momento da vida, benzodiazepínicos - ante 40% dos que eram saudáveis.
A análise, que foi publicada nesta terça-feira no periódico BMJ, verificou que aqueles que utilizaram os calmantes por mais de três meses apresentavam 51% mais risco de ter Alzheimer.
"Os remédios à base de benzodiazepínicos são, incontestavelmente, ferramentas preciosas para tratar ansiedade e insônia. Mas os tratamentos devem ser de curta duração e não devem passar de três meses", dizem os especialistas.
Na pesquisa, não foi relatada a mesma relação para os que utilizaram o medicamento por menos de três meses. "É fundamental incentivar os médicos a levar em consideração tanto os riscos, quanto os benefícios ao iniciarem uma terapia com esse calmante", afirmou Sophie Billioti de Gage, líder do estudo e estudante da Universidade de Bordeux, na França, à revista americana Time.