Uma nova pesquisa apontou que a dexametasona e outros corticóides são capazes de reduzir a mortalidade pelo novo coronavírus. A meta-análise observou mais de 1.700 dados de pacientes em sete testes clínicos randomizados (em que os pacientes são distribuídos aleatoriamente entre os grupos de tratamento) e identificou que remédios como a dexametasona, a hidrocortisona e a metilprednisolona podem desempenhar um papel essencial na redução do risco de morte pela doença.
Os medicamentos podem ajudar porque aliviam a inflamação, o inchaço e as dores causadas pela covid-19, visto que uma parcela considerável dos pacientes infectados pelo vírus morrem por conta de uma reação exagerada do corpo no combate ao vírus.
Segundo a análise, 647 pacientes morreram e a mortalidade foi menor quando corticosteroides foram administrados quando comparados com o grupo que recebeu o tratamento padrão para casos do SARS-CoV-2 ou que recebeu uma combinação de placebo.
Os cientistas também afirmaram que as medicações não causaram ou aumentaram os efeitos colaterais e sintomas da doença.
A dexametasona já foi identificada por outro estudo, de Oxford, como uma opção para o tratamento da covid-19. Em junho, o anti-inflamatório corticosteroide que também é utilizado em crises de asma e por alpinistas no combate aos efeitos da falta de oxigênio em altas altitudes, reduziu em até um terço o risco de morte dos pacientes entubados usando respiradores mecânicos; e em um quinto para pessoas que estavam recebendo oxigênio suplementar por causa do coronavírus.
Se a eficácia dos medicamentos for comprovada, essa será uma forma mais barata de tratar a doença que já deixou mais de 25 milhões de infectados no mundo todo. A dexametasona, por exemplo, custa cerca de 5,40 reais no mercado brasileiro.
Nenhum medicamento para a covid-19 foi aprovado até o momento para uso regular, de modo que todos os tratamentos em uso são considerados experimentais. Outra droga potencial contra a doença é antiviral remdesivir, que mostrou resultados mistos num estudo de fase final com pacientes de covid-19 moderada.
Fonte: Tamires Vitorio - Revista Exame