A partir do diagnóstico de diabetes, em qualquer idade que ocorra, há uma desestabilização emocional da pessoa e da família, pois confrontam-se com a convivência de urna doença crônico degenerativa. Como conseqüência mudam-se alguns padrões de comportamento para obter um bom controle do diabetes, e dentre eles encontram-se os hábitos alimentares.
É do conhecimento geral o fato de que a alimentação para o diabético deve ser saudável, nutricionalmente equilibrada, adequada as suas necessidades nutricionais e ajustada ao medicamento e a sua atividade física. O que não difere em qualidade da indicada às demais pessoas.
Porém, socialmente, seguir a dieta pode ser um problema, já que atualmente os costumes alimentares dos brasileiros vêm degenerando com o incremento de gorduras e açúcares, tornando-se difícil o convívio social com os diabéticos. Os produtos dietéticos não são necessários ao controle do diabetes como são os medicamentos, mas auxiliam no tratamento, permitindo uma vida social plena. Seu uso não deve ser indiscriminado, pois contribuem com calorias. Mesmo para aqueles com reduzido teor calórico, deve-se considerar a oferta de edulcorantes.
O produto dietético para diabetes deve ser restrito de "mono e dissacarídeos", ou seja, açúcares como a sacarose (açúcar de cana), frutose, lactose e glicose. Eles têm poder edulcorante, conferem sabor doce, mas devem ser substituídos por outros edulcorantes que interfiram na glicemia. Para fazer uma boa opção, é necessário que se conheça as vantagens e desvantagens de cada adoçante existente no mercado.
Temos os adoçantes calóricos que são os que não influenciam diretamente na glicemia, mas fornecem calorias, como:
Sorbitol: produto do metabolismo da glicose nas células do fígado. Encontra-se presente na ameixa, maçã, pêra, cereja e framboesa. Fornece 4 kcal/grama e tem metade do poder adoçante do açúcar.
Porém, só 70% dele é absorvido. Pode ter efeito laxativo em pessoas sensíveis e se utilizado em grande quantidade. Com bom poder umectante é usado para conferir maciez ao produto ou como veículo de outros adoçantes.
Xilitol e Manitol: assim como sorbitol, fornecem 4 kcal/grama, proporcionando metade do sabor doce da sacarose. Têm efeito laxativo.
Aspartame: É obtido da junção de dois aminoácidos, ácido aspártico e a fenilalanina. Devido a presença de fenilalanina, não deve ser consumido por pessoas portadoras de fenilcetonúria (doença rara que atinge pequena parcela da população). Todos os produtos dietéticos que contenham aspartame devem ser advertências para portadores de fenilcetonúria.
Stévia: extraído de um arbusto stevia-rebaudiana é processado industrialmente.
Os adoçantes não calóricos são os que não fornecem calorias e não alteram a glicemia:
Sacarina: é um edulcorante sintético, sendo apresentado na forma de sacarina sódica. O mais antigo edulcorante do mercado. Vem sendo associado a outros edulcorantes, principalmente o ciclamato.
Ciclamato: sintético, é utilizado há cerca de 60 anos. E comercializado como ciclamato de sódio ou cálcio.
Acessulfame K: sintético. Descoberto em 1967 na Alemanha, chegou ao Brasil em 1989. Seu poder edulcorante fica entre 130 e 200 vezes mais doce que a sacarose.
Cada edulcorante pode ser encontrado sozinho ou combinado a outros e ainda como componente de produtos dietéticos (Veja quadro abaixo que mostra um resumo das características de cada um).A escolha deve ser individual, considerando não somente o sabor, mas as peculiaridades de cada caso e a adequação ao uso culinário. Não há ainda conhecimento científico suficiente para indicar a aplicação de um ou outro durante a gestação. Portanto, é aconselhável consultar um profissional para a sua indicação. E importante lembrar que pessoas hipertensas com problemas renais devem estar atentas ao conteúdo de sódio dos adoçantes.É imprescindível que nos habituemos a ler os rótulos de todos os produtos para entender as informações, se necessário com o auxílio de um nutricionista.