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Esclareça sua dúvida
17/11/2011 - Fonte: Diabetes
Considerada o estopim da revolução sexual observada no século XX, a pílula anticoncepcional não é capaz de oferecer à totalidade da população feminina e às diabéticas em especial a mesma segurança que vem dando a um sem-número de mulheres que optaram por tomar em suas mãos a decisão sobre o melhor momento de se tornarem mães. Quem explica por que e quando é que a diabética pode usar a pílula sem medo é o ginecologista Mauro Sancovski, especializado no atendimento a diabéticas em São Paulo.
Mauro Sancovski – “A pílula anticoncepcional é um hormônio e para poder fazer uso dela é preciso primeiro verificar se não há fatores que contra-indicam seu uso, como hipertensão ou alguma outra complicação vascular. Se tiver pressão alta, a pílula não é conveniente porque pode aumentar ainda mais a pressão arterial. Se tiver complicações como trombose, por exemplo, também não é apropriado tomar o anticoncepcional, que pode aumentar os problemas de coagulação.
No caso da diabética, é preciso adicionalmente verificar como está seu controle glicêmico. Se estiver estável, seu uso pode ser adotado, mas é recomendável que a pílula escolhida seja a de mais baixa dose hormonal, para que sua interferência na glicemia seja a menor possível.
A mulher sofre variações em sua glicemia em função do ciclo menstrual. Nesse sentido, a pílula é positiva porque vai manter estável a produção hormonal e, assim, também estabilizar suas taxas glicêmicas.
A escolha do método anticoncepcional deve ser discutida com o médico e pode variar conforme as características de cada pessoa. Em mulheres com ciclo menstrual normal, o uso do DIU (Dispositivo Intra-Uterino) pode ser uma boa opção. O DIU era até pouco tempo contra-indicado para diabéticas, porque se temia que ele pudesse aumentar o risco de infecções nesse tipo de paciente. Mas foi provado que isso não acontece e que esse risco só é aumentado em mulheres que não estão com bom controle glicêmico.
A pílula é o método mais adequado para pessoas com ciclo menstrual irregular, que sentem muita cólica ou têm sangramento em excesso, porque ela ajusta esses fatores, ou, ainda, para portadoras de síndrome de ovário policístico, porque ela deixa o ovário em repouso.
Quando decidir que quer engravidar, a diabética que utiliza a pílula anticoncepcional deve se preparar para uma gravidez de um ano, porque antes da concepção ela precisará receber ácido fólico, substância importante para a síntese do hormônio, de forma a eliminar o risco de malformação no feto.”