O que fazer para prevenir ou atrasar as complicações do diabetes?
1. Vigie regularmente e mantenha a glicemia dentro dos valores recomendados:
- jejum - menos que 110 mg/dL;
- 1 a 2 horas após as refeições - menos que 140 mg/dL.
2. Faça uma alimentação saudável:
3. Praticar exercício físico regularmente. Ande a pé todos os dias durante pelo menos 30 minutos seguidos ou faça outro exercício físico, de acordo com as suas possibilidades e preferências – escolha o que lhe dê prazer!
4. Tomar sempre os medicamentos conforme a indicação do médico.
5. Vigie regularmente a pressão arterial, o colesterol e os triglicerídeos.
6. Evite fumar.
7. Controle o seu peso – não se deixe engordar.
O que é o diabetes?
É uma doença crónica em que a quantidade de açúcar no sangue (glicemia) sobe para valores acima do normal.
É uma das doenças crónicas mais frequentes em todo o mundo. Não tem cura mas pode ser controlada, o que permite ter uma vida ativa, saudável e autónoma.
O pâncreas produz um hormonio, a insulina, que ajuda o açúcar a ser utilizado pelo organismo como fonte de energia. Quando este órgão falha, a produção de insulina fica comprometida e o açúcar não pode ser utilizado pelo organismo; por este motivo, a glicose (açúcar) permanece mais tempo na circulação sanguínea, originando valores de açúcar no sangue permanentemente elevados, ou seja, o diabetes.
Que tipos de diabetes existem?
Existem dois tipos principais de diabetes:
• Diabetes tipo 1 - quando o pâncreas não produz insulina; aparece normalmente antes dos 30 anos, sobretudo em crianças e jovens; por vezes pode aparecer depois dos 30 anos.
• A diabetes tipo 1 ainda não pode ser prevenida e quando é diagnosticada exige tratamento com insulina. Os indivíduos com diabetes tipo 1 devem medir a glicemia capilar 4-8 vezes por dia para determinar a dose de insulina que devem administrar.
• Diabetes tipo 2 - quando o pâncreas produz insulina em quantidade insuficiente ou quando há resistência à acção da insulina; é o tipo mais comum de diabetes e aparece normalmente depois dos 30-40 anos.
Num certo número de casos de diabetes tipo 2, os valores de glicemia podem ser controlados com uma alimentação adequada e a prática de exercício físico regular. Se estas medidas não forem suficientes será necessário administrar simultaneamente medicamentos que diminuem os valores de açúcar no sangue.
Como o diabetes tipo 2 é uma doença progressiva e ao longo do tempo há uma diminuição gradual da produção de insulina, alguns pacientes necessitam mais tarde, iniciar tratamento com insulina quando já não conseguem manter a glicemia dentro dos valores recomendados com antidiabéticos orais.
O diabetes não controlada pode afetar vários órgãos e originar complicações crónicas, como doença cardíaca, hipertensão arterial, redução ou perda da visão, insuficiência renal, problemas circulatórios, diminuição da sensibilidade, úlceras e infecções nos pés, dificuldades em urinar e problemas de ereção. Estas complicações podem ser prevenidas ou atrasadas se o diabetes for bem controlada.
Porque é importante o auto controle do diabetes?
O auto controle da glicemia permite a avaliação da quantidade de açúcar no sangue, pelo próprio paciente, a qualquer altura do dia.
No auto controlo, uma pequena gota de sangue e uma reacção enzimática facilmente detectável permitem a medição da glicemia.
Existem vários dispositivos disponíveis que medem com precisão a quantidade de açúcar presente no sangue obtido da ponta de um dedo.
O auto controle da glicemia é um poderoso auxiliar na educação do diabético. É simultaneamente um instrumento fundamental para orientar a atitude terapêutica pelo médico endocrinologista na prática clínica.
Em todos os pacientes com diabetes, o auto controle da glicemia deve ser feito para avaliar variações na glicemia que podem ocorrer em numerosas situações, tais como:
• Alterações do estilo de vida (dieta e exercício físico);
• Alterações na medicação;
• Alterações do estado de saúde (ex: febre, situações térmicas extremas, fadiga, alteração do sono, etc), ou aparecimento de outras doenças;
• Alterações emocionais (stress, conflitos, alterações de humor);
O auto controle do açúcar no sangue, além de permitir o controle do diabetes pelo próprio paciente, assume uma importância primordial em duas situações:
• na prevenção de hipoglicemia: em todos os diabéticos tratados com medicamentos ou insulina existe um risco significativo de baixa de açúcar no sangue (hipoglicemia) que pode causar problemas graves – a execução correta e regular do auto controle é imprescindível para prevenir esta possível complicação do tratamento.
• no ajuste do tratamento pelo médico endocrinologista:
• nos diabéticos tipo 1, o auto controle da glicemia permite uma melhor adequação da dose e do tipo de insulina ao perfil glicémico de cada paciente, de forma a manter os valores de açúcar no sangue constantes e dentro dos parâmetros desejados.
• nos diabéticos tipo 2, o auto controle da diabetes é fundamental na determinação do momento ideal de alteração do esquema terapêutico, que ocorre quando se verifica uma dificuldade sustentada em manter a glicemia dentro dos valores recomendados apesar das medidas instituídas; nestes casos torna-se necessária a introdução de medicamentos e, por vezes, num estado mais avançado de evolução da doença, de insulina.
A avaliação das capacidades de auto controle, da qualidade dos equipamentos utilizados e dos resultados obtidos deve ser feita anualmente pelo médico endocrinologista.
Elaborado por:
Luciano Pereira
Pedro Rodrigues
Sara Lima Araújo
Internos de Medicina em estágio
na equipe operativa de Promoção
de Saúde/Saúde Escolar
do Centro de Saúde de Palmeira