Infecção bastante comum na população em geral, produzida por vírus e caracterizada pela formação de pequenas vesículas que se apresentam em grupo na pele e nas membranas mucosas, o herpes pode atingir o diabético que está mal controlado com maior facilidade e, depois de instalado, demorar mais tempo para ser curado do que em um não diabético. A informação é da endocrinologista Sônia Fusaro, do Centro de Diabetes da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Existem três tipos de herpes: o labial, que aparece na boca e é por muitos chamado de sapinho, o genital, que atinge igualmente homens e mulheres, e o herpes zoster, que afeta a região entre as costelas. A doença é muito comum porque está latente em quase 90% da população, mas ela se manifesta apenas em determinadas condições, como quando a pessoa está com baixa imunidade ou se expõe demasiadamente ao sol, por exemplo. O herpes atinge as terminações nervosas e aparece em forma de pequenas bolhas – as vesículas -, que coçam e podem ser bastante dolorosas. Muitas vezes, explica Sônia, a dor no herpes zoster se mantém por semanas ou meses, mesmo após o desaparecimento das bolhas.
O vírus do herpes labial e do genital é transmitido pelo contato, durante a fase aguda da doença. Na fase latente, o risco de contaminação é menor. O vírus do herpes zoster é o da catapora. Neste caso, o herpes se manifesta apenas uma vez, porque o organismo desenvolve anticorpos que o protegem de novas erupções e deixam a pessoa com imunidade contra novos ataques da doença.
As duas primeiras formas de herpes regridem em apenas uma semana, enquanto o zoster precisa em média de três semanas para desaparecer, informa a endocrinologista. O tratamento pode ser feito à base de pomadas e de medicamentos orais que podem ser utilizados pelo diabético sem problemas, porque não interferem com o comportamento da glicemia.
Mas se o diabético estiver mal controlado, o tratamento pode ser mais longo, porque a glicemia alterada dificulta a cicatrização em qualquer processo infeccioso. Por isso, a médica recomenda que, se estiver com uma crise de herpes, o portador de diabetes tenha ainda mais cuidado com seu controle, seguindo à risca as recomendações médicas quanto a medicamentos, dieta alimentar e prática de atividades físicas. Controlando melhor o açúcar no sangue, ele vai conseguir uma cicatrização mais rápida, evitando, ao mesmo tempo, o surgimento de outras infecções nos locais atingidos.
Alerta regular dos momentos de baixa resistência orgânica do organismo, uma complicação possível de ser causada pelo herpes é conseqüência de sua manifestação genital em mulheres grávidas durante o parto: há o risco de um contato com os olhos do bebê lhe provocarem cegueira, o que pode ser evitado por intermédio da realização de uma cesariana.