Acredita-se que cerca de 29% da população sejam acometidos pela xerostomia, doença também conhecida como síndrome da boca seca, que embora seja mais comum em mulheres e idosos, pode surgir em pessoas de diferentes idades e de ambos os sexos. Os motivos causadores são inúmeros. Entre eles o estresse, o uso prolongado de medicamentos, a respiração bucal, depressão, diabetes, alterações hormonais, além de doenças crônicas e o uso de drogas.
De acordo com o cirurgião-dentista Mario Groisman, mestre em Odontologia pela Universidade de Lund-Suécia e membro da Academia Brasileira de Odontologia, o ressecamento da boca altera principalmente o fluxo de secreção da saliva. “A diminuição da saliva pode predispor infecções da mucosa oral, assim como a prevalência de lesões de cárie e o aparecimento de complicações periodontais. Um outro aspecto é a capacidade tampão da saliva de neutralizar o ácido residual que entra em contato com o esôfago. A pouca salivação é um fator que também pode predispor a esofagite”, afirma o especialista.
Pacientes que possuem xerostomia normalmente apresentam mucosa ressecada e a superfície dorsal da língua com fissuras ou avermelhada. O tratamento consiste em eliminar o fator causador da síndrome. Não havendo cura, medidas paliativas podem ser adotadas, como bochechos ou o emprego de saliva artificial. “Para tentar minimizar as sequelas das alterações, os pacientes devem ser orientados também a modificar suas dietas, evitar alimentos secos, maciços, condimentados ou ácidos e a ingestão de bebidas alcoólicas. O uso de tabaco também é sempre contra-indicado", explica.
Como em qualquer distúrbio, o primeiro passo para o tratamento é o diagnóstico correto, e para tanto é importante que o paciente ao perceber os primeiros sinais clínicos de secura na boca, procure imediatamente o seu dentista.