Ser portador de uma doença crônica, seja ela qual for, pode nos deixar mais suscetíveis a desenvolver uma depressão; isso ocorre porque, muitas vezes, não estamos preparados, nem dispostos emocionalmente, a atender às exigências diárias do tratamento. Em relação à pessoa que tem diabetes não é diferente, pois diabetes mal controlado aumenta bastante as chances de ter depressão.
Mas, e como identifico se estou com depressão? Bem, de forma resumida, os sintomas mais comuns são:
* Tristeza, desânimo, pena de si mesmo; sensação de “vazio” de sentimentos;
* Falta de apetite (às vezes apetite em excesso);
* Falta de desejo sexual; insônia (ou sono em excesso);
* Pensamentos pessimistas que não saem da cabeça; irritabilidade;
* Pouca concentração na leitura ou dificuldade em guardar na memória o que leu;
* Choro à toa ou dificuldade para chorar; baixa auto-estima;
* Falta de interesse por atividades simples como tomar banho e assistir televisão, ou por coisas que gostava de fazer e pessoas com as quais gostava de conviver;
* Idéias de morte e tentativa de suicídio; etc.
Na verdade, não é necessário apresentar todos esses sintomas, mas a permanência de dois ou mais durante mais de duas semanas, já é um aviso para se procurar um médico.
É importante também salientar que tristeza é diferente de depressão. Quando se está triste por qualquer motivo, a pessoa tem momentos de bom humor e consegue realizar as tarefas do dia-a-dia; já na depressão, há uma tristeza mais prolongada, interferindo em todos os aspectos da vida, inclusive na execução das tarefas diárias pela falta de vitalidade e ânimo.
Existem ainda alguns mitos que foram criados em torno da depressão e que, muitas vezes, atrasam a procura pelo tratamento adequado, como: “Depressão passa só com pensamento positivo”; “Depressão é preguiça, é falta de força de vontade”; “Depressão é doença só de adulto”; etc. Além disso, sabe-se que uma grande parte dos deprimidos não procuram ajuda profissional, tentam se tratar com receitas caseiras, uso de vitaminas, busca religiosa e outros recursos. Muitas vezes, isso ocorre devido ao preconceito em relação ao psiquiatra ou ao psicólogo.
Em termos práticos do tratamento, é importante saber que as pessoas que têm diabetes e depressão sofrem muito mais do que as que têm apenas diabetes. Com a depressão os custos médicos são mais elevados e há maiores possibilidades do aparecimento de complicações do diabetes, já que a pessoa não tem ânimo para se cuidar. Logo, tanto no diabetes como na depressão, tomar a medicação recomendada, seguir uma alimentação equilibrada, além da atividade física e apoio psicológico (se necessário) irão propiciar um melhor equilíbrio físico e emocional.
Lara Ferreira Guerra
Psicóloga - CPR 13/3028