26/10/2009Rafael e Ricardo MasiniNos meados da década de cinqüenta do século passado, lá no hoje extinto Bairro da Fábrica, Caieiras, dois irmãos, o Rafael e o Ricardo Masini de Grande eram muito peraltas. Onde estivessem brincando trocavam insultos e brigavam entre si com socos e pontapés, mesmo na presença de outros garotos. Hoje diríamos que os dois eram uns “porra-loucas” de tanto que “aprontavam” naquele lugar de tantos folguedos infantis.
Certa vez lá na Vila Nova onde morava, o Rafael atirou uma lata vazia na rua no momento em que cavalgando estava passando o Ditão (Benedito Molinari). O cavalo se assustou e derrubou-o ao chão e em consequência da queda o Ditão quebrou os dois braços. Também o Rafael uma vez quebrou o braço e até parecia que não, pois, quando ia nadar na lagoa lá na Vila da Ponte Seca, ele tirava o gesso e recolocava-o depois. Quando o pai desses dois irmãos ficava sabendo das suas molecagens, eles apanhavam de cinta e muito. Lá na Vila Nova tinha um campinho de futebol e ao lado a partir dele existia uma roça de milho.Um morador dali, o Eduardo (Ede) Satrapa, num dia viu os dois irmãos saindo abraçados daquela roça e cantando “aprendemo batê punheta, aprendemo batê punheta” (risos). Pra quem viveu naquele lugar e se lembra dos dois irmãos, até dá pra “ver” essa cena tão engraçada, também porque, a palavra masturbação era desconhecida entre os garotos. Filhos do Senhor Armando de Grande e da Dona Ester, a irmã caçula do Rafael e do Ricardo é a Cecília. Eles se mudaram de lá para o Bairro da Lapa, São Paulo, e poucas ou nenhuma vez foram vistos depois. Passados cerca de cinqüenta anos, um telefonema para o Rafael a solicitar-lhe permissão para que estas lembranças pudessem ser contadas aqui, --o que, ele permitiu-- durante a conversa informou contar sessenta e oito anos de idade, morar próximo ao Bairro da Penha e que seu irmão, o Ricardo, um ano mais novo, já é falecido. A irmã Cecília continua morando no Bairro da Lapa. O “bate-papo” com o Rafael foi muito agradável e ele enalteceu muito a feliz infância vivida entre seus amiguinhos de outrora num lugar que não mais existe e que ficou na história.
Altino Olympio