Falta de estrutura básica foi superada com o passar dos anos. Chácara particular tinha fartura de alimentos.
Tradicional e conhecida no bairro do Serpa, a família Spera tem muitas histórias e boas recordações do passado na "Cidade dos Pinheirais". Com excelente memória para guardar datas, Albertina de Jesus Spera, aos 87 anos, mãe de sete filhos, relembra de alguns momentos que marcaram sua vida no bairro, envolvendo outras famílias tradicionais e até algumas que chegaram a originar o nome do bairro em Caieiras.
Morando na cidade há mais de 50 anos, Albertina, que sempre trabalhou na roça, mudou para o município com o marido e o primeiro filho, antes da emancipação. Até hoje mora no Serpa. Ela reconhece que no começo, a situação era muito complicada e a vida era difícil. A primeira casa em que morou era de pau-a-pique, rodeada de brejo e sem nenhuma estrutura básica. "Quando mudei para o Serpa não tinha água e a energia vinha de Bragança Paulista. Sempre ficávamos sem luz e mesmo assim nunca pensei em me mudar desta cidade", apontou.
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Outra curiosidade contada por ela foi a respeito de um dos primeiros ônibus que circularam por Caieiras. "Es-tava deitada e não lembro ao certo qual era a empresa, mas recordo que o coletivo passou pela rua acima de casa, hoje Rodovia Tancredo de Almeida Neves, em julho de 1947", disse Albertina, que ouviu o ruído do veículo.
A moradora também apontou que onde está concentrado o campo do Grêmio 14 de Dezembro existia uma colônia. O espaço reunia diversos trabalhadores de uma olaria. A movimentação chamava a atenção.
A fartura de alimentos, na época, também foi destacada por ela, que recorda-se dos bons tempos. "Existia uma chácara de propriedade do senhor "Murtino Nobre", hoje bairro Real Park, que abrigava uma grande criação de gados, porcos e um enorme pomar, além da plantação de verduras e legumes. Tinha tanto alimento que, às vezes, era desperdiçado. Claro, nós aproveitávamos", concluiu.
Entre histórias, aventuras e dificuldades Albertina Spera demonstra ter orgulho por morar em Caieiras e revela que não abandonaria a cidade e as raízes que fixou por aqui.