Outra ausência
Os garotos que moravam naquela fileira de casas que ficavam antes da Vila Ilha das Cobras lá do Bairro da Fábrica quase diariamente jogavam bola num trecho da rua onde ela era mais plana. O lugar se situava entre a fileira de casas e a Ilha das Cobras. Num dos lados era um barranco e acima dele a plantação de bananas ou canas de açúcar do Senhor Luiz Molinari. Do outro lado passava o Rio Juquery onde às vezes a bola de meia ou de borracha caia. Naqueles jogos, rachas ou peladas, os garotos da fileira de casas já citadas precisavam de mais outros para compor os times a brigarem pela bola. Para isso algum garoto ia até a “Ilha” para convidar outros para participarem. Os da Ilha eram os irmãos Mauri e Neno Rodrigues (os filhos do João Grosso), Eduardo Pinto Cunha (Sucuri), Riolando Nane, Carlos Miranda, os irmãos Orlandinho e Talico (este, o Talicão pai do Marco Antonio, o Talico de hoje, locutor de rádio). Da fileira de casas citada antes, os irmãos Gumercindo e Armandinho da Silva, Valdemir Valbuza (Bibe), o Zé Polatto, Altino e o Adilson Pastro. Essa lembrança surgiu devido à notícia do falecimento do Mauri Rodrigues ocorrido ontem, dia doze de março. Naqueles tempos do batebola ele tinha um cachorro de porte médio que se chamava Gaucho. Bastava o Mauri jogar um pedaço de pau no rio e lá ia o Gaucho buscá-lo. Às vezes até participava do jogo correndo atrás da bola. São boas lembranças e sobre o Mauri até onde se sabe, nunca houve nada de desagradável ao seu respeito. Sua conduta sempre foi exemplar. E assim Caieiras sofre mais uma ausência daqueles que formaram as características honestas, simples e amistosas de um lugar ainda existente em nossas memórias.
Altino Olympio