A Grande pescaria
“Era uma veiz” eu e o meu vizinho Zé Polatto combinamos de irmos pescar lá na Lagoa da Ponte Seca, local bem conhecido do Bairro da Fábrica de Caieiras. Cavamos e catamos minhocas, pegamos nossas varas de pescar e fomos. Mas, enquanto estávamos passando pela famosa ponte de madeira vimos que o rio debaixo da ponte “tinha baixado suas águas” e por isso resolvemos descer pelo barranco que terminava no rio e nos colocamos em cima de uma grande pedra que se sobressaia das águas do rio que estava raso para “ver” se lá estava “dando” peixe.
E estava, pois, eles, os peixes ficaram “pinicando” os nossos anzóis. Ou melhor, o anzol da vara do Zé. E ele, um após outro pescava “seus peixes” que eram grandes acarás e eu não pescava nada. Mas, por que se as iscas que usávamos eram iguais? Os peixes só mordiam as iscas do Zé e não mordiam as minhas. Será que eles não gostaram da minha minhoca? Aí tive uma ideia maravilhosa. Pedi para o Zé colocar a minhoca dele no meu anzol. Não deu certo, os peixes continuaram a morder só a minhoca dele. Mesmo colocando a minha minhoca ao lado da minhoca do Zé, os peixes só preferiram a minhoca dele (risos).
A essa altura dos acontecimentos, já haviam conhecidos nossos lá encima da ponte assistindo a nossa pescaria, isto é, a pescaria do Zé. Nunca entendi porque os peixes só preferiram serem fisgados por ele. Ele “pegou” muitos peixes e eu nenhum. Qual seria a explicação para isso? Será que se nós tivéssemos ido na Lagoa da Ponte Seca pescar teria acontecido a mesma coisa que me aconteceu no Rio Juquery quando os peixes me desprezaram? No nosso futuro quando já estávamos com idade avançada o Zé falava para mim: Artino, Artino, nós logo vamos “fazer” setenta anos de idade. Mas, isso ele não “fez”, pois, um infarto fulminante tirou-lhe a vida um mês antes de completar sessenta e nove anos de idade, isso em julho de 2011.
Altino Olímpio