Estava naquele lugar alto que parecia mesmo ser a Rua Sorocaba do Bairro do Serpa. A sala donde estávamos conversando, eu e o Edson Navarro, era maior e não era a mesma de donde ele ficava e onde era o escritório dele. Ele quis falar comigo porque um leitor que gostava do jornal dele e das crônicas escritas nos convidou para irmos a um evento em São Paulo a ser promovido por ele.
Enquanto estávamos conversando fiquei olhando para o Edson que estava sentado junto a uma escrivaninha e vi que ele estava mais novo. Ele havia rejuvenescido e por que eu não? Mas, ele continuou falando e eu estando de pé fiquei procurando nos bolsos de minha calça duas crônicas que eu havia escrito. Quando as encontrei escritas em papel (em papel?) disse para o Edson: Olha são duas crônicas fresquinhas: Uma chama-se “Os sonhos são visitas noturnas” e a outra chama-se “O velho realejo”.
O Edson falou para que eu as guardasse comigo, mas, lhe falei: Guarde você e quando quiser coloque-as no jornal. Quando ele recomeçou a falar daquele leitor que gostava do jornal dele eu fiquei pensando que não iria ao tal de evento em São Paulo, mas, não queria que o Edson soubesse porque ele poderia ficar chateado. Foi nesse “instante” que acordei (risos). Como acordei não há mais nada a dizer sobre o sonho (risos).
Altino Olimpio
Comentários: Os sonhos são visitas noturnas” e a outra chama-se “O velho realejo”. Como o autor diz foram sonhos... e como não tenho acesso aos sonhos dele ainda não foram publicados... o primeiro acho que é um conto apimentado acontecido no bairro da fábrica e que recusei a publicação por envolver gente já falecida.... o segundo deve ser lembranças dele dos realejos que existiram na Estação da Luz, idosos com seus periquitos e cartõezinhos da sorte. Enfim tudo reminiscência de um passado que agora mata a gente de saudades e sobre o qual só ele sabe descrever. Edson Navarro