Na descontração que existia lá no Bairro da Fábrica da Indústria de Papel Melhoramentos de Caieiras era comum os apelidos substituírem os nomes de muitas pessoas pelos seus nomes de batismo e que, alguns de lá só eram conhecidos pelos seus apelidos e não pelo seus e nomes verdadeiros que até ficavam esquecidos. E por falar em apelidos, há poucos dias antes do sol do meio-dia encontrei-me com o Bacalhau (Ademar da Silva), irmão da Rose Marie ou Rosmari, do Walter, do Otávio ou Bitchim, ambos filhos do Senhor Henrique e da Dona Esperança da Silva.
Logo fui lhe falando: Hei Ademar, nesta noite sonhei com fulana e ele perguntou-me onde ela estava morando. Respondi-lhe que ela mora em Jundiaí. Isso serviu para nós, eu e o Ademar falarmos sobre o nosso passado vivido naquele lugar que, tem quem diz que vivíamos num paraíso. É falei, muitos dos que lá existiram, tão esquecidos, parece que nem existiram. Mas, existe uma fórmula de se lembrar deles. Você que foi da Vila Nova pode “revê-los” assim: Como o lugar todo com todas as ruas devem estar na tua cabeça, “mentalmente” vá até as casas donde todos moravam que você irá vê-los assim como eles eram.
Vá até a última casa da Vila Nova “bata palmas” e você verá vir atendê-lo o Sr. Cesar Constantini, sua Esposa Dona Izabel, e suas filhas Maria Lucia e a Zezé (Maria Catchucha). Antes deles naquela casa morou o alemão Sr, Glaser, sua esposa, a filha que se me lembro se chamava Ingride, o Filho João que, como diziam, ele se tornou piloto de avião de caça da aeronáutica e outro filho, se não me engano tinha o apelido de Cabeção.
Eu posso me enganar com essas lembranças, mas, na outra casa ao lado da última morou o Oswaldo Nardi (trabalhei com ele no laboratório da Indústria Melhoramentos), na outra casa o irmão dele, o Mauricio Nardi, na outra casa o Sr. Joaquim Sanchez, a Esposa Dona Genoefa e os filhos Osmar e Ulisses. Esqueci o nome da filha. Ás vezes me engano quanto aos nomes. Lembro-me bem, por fora e por dentro da casa da minha tia Yolanda Olympio esposa do Sr. Antônio Caldo (Nine), pais das minhas primas Mariza e Marilia (Lilinha)
E assim, Ademar, você em pensamento indo de rua em rua, de casa em casa, “batendo palmas” (risos) você reaverá todos os conhecidos que foram esquecidos (risos). Você até poderá rever sorrindo pra você aquela que você mais gostou e que se casou com outro (risos). Eu também gostei de várias que se casaram com outros e elas nunca souberam que eu gostei delas (risos). Então, mentalmente indo de casa em casa e “vendo” os rostos de todas as pessoas com quem convivemos naquele lugar hoje desaparecido também, tudo ainda nos existe na memória. E nós, Ademar, não podemos cantar aquela música; “Se algum dia a minha terra eu voltar, quero encontrar as mesmas coisas que deixei. Quando o trem parar na estação...” É, a “nossa terra” não existe mais, demoliram tudo por lá e nós não mais encontraremos as “coisas que lá deixamos.
Altino Olimpio