Uma viola na mão, dedos ágeis para manusear as cordas e honra de munícipe. Assim era Sebastião José de Oliveira, um apaixonado pela moda de viola raiz.
"Tião Viola", como ficou conhecido, era um dos grandes músicos da região e o animador de bailes de fim de semana.
Vítima de uma parada cardiorrespiratória, "Tião" morreu em setembro de 2003. Deixou sete filhos e os amantes do ritmo sertanejo. Além dos bailes, animava as festas da família com a cantora e esposa Maria de Oliveira, morta desde 1998. "Ele tocava violão desde pequeno e nunca fez nenhum curso de música. Aprendeu ouvindo os sons", contou a filha Dirce de Lourdes Oliveira, 54.
Prestativa em ajudar o pai, Dirce arrumava pedaços de ossos para fazer as paletas que utilizava para tocar as músicas sertanejas. "Os ossos ficavam durante horas no sol para secar e depois de lisas, estavam prontas", relembrou Dirce.
O amor pelo estilo foi sinalizado pela coleção de CDs, discos e quatros violões, feita durante a vida. "Quando deixou de tocar, doou três violões aos netos e o outro guardou para um dos filhos", declarou Dirce.
Um momento especial da vida dele foi quando a dupla sertaneja Tonico e Tinoco apresentou um show em Caieiras. A ocasião foi ideal para "Tião" conhecer os ídolos e parceiros do ritmo musical.
Nascido em 1914, em Bragança Paulista, ele se mudou para Caieiras com a família em 1948. Trabalhou na MD Papéis, antiga Fábrica da Melhoramentos, exercendo a função de operador de bomba, onde atuou durante 40 anos. Participante do dia a dia municipal, foi um dos idealizadores do processo de emancipação político-administrativa de Caieiras.
Neste ano, ele foi homenageado no município. Um dos trevos da Perimetral, no Morro Grande, recebeu o nome Sebastião José de Oliveira, o "Tião Viola".